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Lacerda quer unificar serviços de inteligência do governo
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo diretor da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, quer
criar um gabinete permanente
voltado para produção e troca
de informações. A estrutura irá
funcionar 24 horas diárias e terá a participação de representantes de 21 órgãos públicos.
A idéia é unir, em caráter permanente, profissionais de inteligência da Receita, Polícia Federal, Forças Armadas, Infraero, entre outros. O grupo teria
como base física a sede da Abin,
em Brasília. Lacerda planeja reformar um dos seus 16 prédios
para abrigar o serviço integrado de inteligência. O custo da
reforma caberia no orçamento
de R$ 80 milhões da Abin.
"Os órgãos públicos têm a
cultura de trabalhar um de costas para o outro. Vamos montar
um grande condomínio, e o síndico será a Abin", disse Lacerda
ontem, em sua primeira entrevista no cargo, após comandar a
PF por quase cinco anos.
A Abin é responsável por comandar o Sistema Brasileiro de
Inteligência, que hoje só existe
no papel, segundo Lacerda, que
se diz empenhado em tirar da
Abin a pecha de "serviço de espionagem" da ditadura militar.
Lacerda diz que não haverá
quebra de sigilo, pois só o servidor credenciado irá acessar as
informações de sua alçada.
O gabinete, bem como a reestruturação de cargos e diretorias da Abin, está desenhado no
modelo de um decreto presidencial cujo conteúdo foi aprovado pelo ministro Jorge Armando Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
ao qual a Abin é subordinada.
Entre as mudanças está o enxugamento de atividades-meio,
como departamentos de telemática e jurídico, o reforço das
atividades-fim, com a criação
do departamento de contra-terrorismo. "Pessoalmente,
acho que no Brasil não temos
terrorismo. Mas precisamos
estar preparados para acompanhar esse tema, esses movimentos para atender às demandas internacionais", disse ele.
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