São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Lacerda quer unificar serviços de inteligência do governo

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, quer criar um gabinete permanente voltado para produção e troca de informações. A estrutura irá funcionar 24 horas diárias e terá a participação de representantes de 21 órgãos públicos.
A idéia é unir, em caráter permanente, profissionais de inteligência da Receita, Polícia Federal, Forças Armadas, Infraero, entre outros. O grupo teria como base física a sede da Abin, em Brasília. Lacerda planeja reformar um dos seus 16 prédios para abrigar o serviço integrado de inteligência. O custo da reforma caberia no orçamento de R$ 80 milhões da Abin.
"Os órgãos públicos têm a cultura de trabalhar um de costas para o outro. Vamos montar um grande condomínio, e o síndico será a Abin", disse Lacerda ontem, em sua primeira entrevista no cargo, após comandar a PF por quase cinco anos.
A Abin é responsável por comandar o Sistema Brasileiro de Inteligência, que hoje só existe no papel, segundo Lacerda, que se diz empenhado em tirar da Abin a pecha de "serviço de espionagem" da ditadura militar.
Lacerda diz que não haverá quebra de sigilo, pois só o servidor credenciado irá acessar as informações de sua alçada.
O gabinete, bem como a reestruturação de cargos e diretorias da Abin, está desenhado no modelo de um decreto presidencial cujo conteúdo foi aprovado pelo ministro Jorge Armando Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada.
Entre as mudanças está o enxugamento de atividades-meio, como departamentos de telemática e jurídico, o reforço das atividades-fim, com a criação do departamento de contra-terrorismo. "Pessoalmente, acho que no Brasil não temos terrorismo. Mas precisamos estar preparados para acompanhar esse tema, esses movimentos para atender às demandas internacionais", disse ele.


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