São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Deputado diz que vai tomar providências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado João Campos (PSDB-GO) confirmou ter contratado Rivane Melo para assessorá-lo no acompanhamento da tramitação de suas emendas e correspondente liberação de recursos.
Rivane é investigada pela Polícia Civil sob a suspeita de, juntamente com Lúcia Maria Fiquene de Almeida e Rômulo Saliba, ter montado um esquema de tráfico de influência para direcionar recursos públicos a projetos de prefeituras e ONGs.
Campos disse que a contratação de Rivane não ocorreu diretamente por meio de seu gabinete. A relação era diretamente com os interessados nos recursos. Pelos serviços prestados, a assessora receberia da prefeitura ou ONG pela eventual liberação do dinheiro. Ele disse também que irá tomar as providências cabíveis, caso seu assessor Sandro Albuquerque, também investigado, tenha feito uso irregular de emendas de sua iniciativa.
"Ele trabalha no escritório político de Goiânia. Não tem nenhuma função relacionada com ministérios", disse.
Lúcia não respondeu às ligações feitas para seu telefone na semana passada. A Folha não conseguiu localizar Rivane e Saliba, cujos números não estão disponíveis no serviço de informações.
Albuquerque disse ter sido "ludibriado" por Lúcia Maria Fiquene de Almeida e Rivane Melo, que comandariam um esquema de tráfico de influência na Esplanada dos Ministérios e com ramificações no Congresso Nacional.
Ele confirmou ter contratado os serviços de Rivane, em 2004 ou 2005 -não se recorda exatamente-, para conseguir a regularização e liberação de recursos públicos para a ONG Fundação Social e Educacional de Assistência Social. Ele descartou qualquer envolvimento de parlamentares nos negócios que fez com Lúcia e Rivane. Afirma, também, que não teve sucesso em nenhum dos projetos apresentados a órgãos públicos pela ONG que pretendia ajudar.
Sobre a referência que fez ao nome dos deputados João Campos e Robson Rodovalho (DEM-DF), em diálogo com Lúcia que foi gravada pela polícia, Albuquerque respondeu que era "fazer pressão" e conseguir o cumprimento de um acerto feito em 2005. Segundo ele, a ONG organizou um show beneficente em Alvorada (RS).
Houve gastos bancados por empresários locais, despesas que deveriam ser pagas posteriormente, com os recursos públicos que seriam liberados para projetos administrados pelo esquema agora sob investigação.
O deputado Robson Rodovalho disse conhecer Rivane Melo, por ser também membro da Igreja Evangélica Sara Nossa Terra. Negou ter feito negócios com a investigada.


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