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Deputado diz que vai tomar providências
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado João Campos
(PSDB-GO) confirmou ter
contratado Rivane Melo para assessorá-lo no acompanhamento da tramitação de
suas emendas e correspondente liberação de recursos.
Rivane é investigada pela
Polícia Civil sob a suspeita
de, juntamente com Lúcia
Maria Fiquene de Almeida e
Rômulo Saliba, ter montado
um esquema de tráfico de influência para direcionar recursos públicos a projetos de
prefeituras e ONGs.
Campos disse que a contratação de Rivane não ocorreu diretamente por meio de
seu gabinete. A relação era
diretamente com os interessados nos recursos. Pelos
serviços prestados, a assessora receberia da prefeitura
ou ONG pela eventual liberação do dinheiro. Ele disse
também que irá tomar as
providências cabíveis, caso
seu assessor Sandro Albuquerque, também investigado, tenha feito uso irregular
de emendas de sua iniciativa.
"Ele trabalha no escritório
político de Goiânia. Não tem
nenhuma função relacionada com ministérios", disse.
Lúcia não respondeu às ligações feitas para seu telefone na semana passada. A Folha não conseguiu localizar
Rivane e Saliba, cujos números não estão disponíveis no
serviço de informações.
Albuquerque disse ter sido
"ludibriado" por Lúcia Maria
Fiquene de Almeida e Rivane
Melo, que comandariam um
esquema de tráfico de influência na Esplanada dos
Ministérios e com ramificações no Congresso Nacional.
Ele confirmou ter contratado os serviços de Rivane,
em 2004 ou 2005 -não se
recorda exatamente-, para
conseguir a regularização e
liberação de recursos públicos para a ONG Fundação
Social e Educacional de Assistência Social. Ele descartou qualquer envolvimento
de parlamentares nos negócios que fez com Lúcia e Rivane. Afirma, também, que
não teve sucesso em nenhum
dos projetos apresentados a
órgãos públicos pela ONG
que pretendia ajudar.
Sobre a referência que fez
ao nome dos deputados João
Campos e Robson Rodovalho (DEM-DF), em diálogo
com Lúcia que foi gravada
pela polícia, Albuquerque
respondeu que era "fazer
pressão" e conseguir o cumprimento de um acerto feito
em 2005. Segundo ele, a
ONG organizou um show beneficente em Alvorada (RS).
Houve gastos bancados
por empresários locais, despesas que deveriam ser pagas
posteriormente, com os recursos públicos que seriam
liberados para projetos administrados pelo esquema
agora sob investigação.
O deputado Robson Rodovalho disse conhecer Rivane
Melo, por ser também membro da Igreja Evangélica Sara
Nossa Terra. Negou ter feito
negócios com a investigada.
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