São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

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OUTRO LADO

Banco Central nega ingerência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria a possível inclusão de seu nome no relatório final da CPI do Banestado.
O BC nega ingerência do presidente e da diretoria sobre a fiscalização do órgão. O vice-presidente de Assuntos Corporativos do BankBoston, Bertrando Molinari, disse que os processos tratados tanto no relatório de Mentor como no de Antero são "procedimentos de trabalho do BC". "Pelo o que temos conhecimento, nenhum se materializou em processo administrativo."
A assessoria do Banco do Brasil informou que não se pronunciaria sobre o assunto porque Cássio Casseb não trabalha mais no banco -o executivo deixou o cargo em 16 de novembro- e que também não poderia fornecer nenhum de seus contatos.
Os ex-diretores do BC Luiz Augusto Candiota e Beny Parnes também não foram localizados pela Folha. Em ocasiões anteriores, eles negaram as acusações e disseram que suas transações financeiras haviam sido registradas no BC e informadas à Receita.
Em julho, quando vieram a público as primeiras acusações, o BC divulgou nota afirmando que Meirelles estava "certo de não haver irregularidade alguma sobre sua situação fiscal".
Na mesma época, Candiota, então diretor do BC, também se manifestou por meio de nota. "Gostaria de informar que nunca tive contatos quer com o MTB Bank, quer com o Northern International [bancos citados pela CPI], muito menos conta bancária nesses estabelecimentos", disse, acrescentando que suas transações financeiras foram feitas "em conformidade com todas as normas legais e regulamentares".
Candiota pediu demissão do cargo uma semana após essa nota ser divulgada. Parnes, que deixou a diretoria do BC no ano passado, também já disse que as remessas feitas por ele ao exterior foram declaradas à Receita e ao BC.
Casseb também já negou irregularidades em suas transações bancárias. Convidado pelo Senado a prestar esclarecimentos sobre as suspeitas, Casseb chegou a dizer que estava disposto a comparecer, mas pediu demissão do cargo antes que isso acontecesse.
Por meio do assessor Adilson Laranjeira, Paulo Maluf refutou as acusações. "Maluf nunca foi governador do Paraná, não conheceu o secretário de Finanças daquele Estado nem qualquer pessoa que tenha exercido cargo do Banestado. Nunca fez remessa de dinheiro para o exterior."
O empresário Ronan Maria Pinto informou não ser ele o citado pela CPI. "Não sou eu. Não tenho nada com isso. Não mandei dinheiro para fora do Brasil."
A Folha não localizou Antonio Celso Cipriani. A secretária de Emídio Cipriani disse que repassaria o recado da reportagem.

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