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OUTRO LADO
Banco Central nega ingerência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, informou,
por meio de sua assessoria, que
não comentaria a possível inclusão de seu nome no relatório final
da CPI do Banestado.
O BC nega ingerência do presidente e da diretoria sobre a fiscalização do órgão. O vice-presidente
de Assuntos Corporativos do
BankBoston, Bertrando Molinari,
disse que os processos tratados
tanto no relatório de Mentor como no de Antero são "procedimentos de trabalho do BC". "Pelo
o que temos conhecimento, nenhum se materializou em processo administrativo."
A assessoria do Banco do Brasil
informou que não se pronunciaria sobre o assunto porque Cássio
Casseb não trabalha mais no banco -o executivo deixou o cargo
em 16 de novembro- e que também não poderia fornecer nenhum de seus contatos.
Os ex-diretores do BC Luiz Augusto Candiota e Beny Parnes
também não foram localizados
pela Folha. Em ocasiões anteriores, eles negaram as acusações e
disseram que suas transações financeiras haviam sido registradas
no BC e informadas à Receita.
Em julho, quando vieram a público as primeiras acusações, o BC
divulgou nota afirmando que
Meirelles estava "certo de não haver irregularidade alguma sobre
sua situação fiscal".
Na mesma época, Candiota, então diretor do BC, também se manifestou por meio de nota. "Gostaria de informar que nunca tive
contatos quer com o MTB Bank,
quer com o Northern International [bancos citados pela CPI],
muito menos conta bancária nesses estabelecimentos", disse,
acrescentando que suas transações financeiras foram feitas "em
conformidade com todas as normas legais e regulamentares".
Candiota pediu demissão do
cargo uma semana após essa nota
ser divulgada. Parnes, que deixou
a diretoria do BC no ano passado,
também já disse que as remessas
feitas por ele ao exterior foram declaradas à Receita e ao BC.
Casseb também já negou irregularidades em suas transações
bancárias. Convidado pelo Senado a prestar esclarecimentos sobre as suspeitas, Casseb chegou a
dizer que estava disposto a comparecer, mas pediu demissão do
cargo antes que isso acontecesse.
Por meio do assessor Adilson
Laranjeira, Paulo Maluf refutou as
acusações. "Maluf nunca foi governador do Paraná, não conheceu o secretário de Finanças daquele Estado nem qualquer pessoa que tenha exercido cargo do
Banestado. Nunca fez remessa de
dinheiro para o exterior."
O empresário Ronan Maria Pinto informou não ser ele o citado
pela CPI. "Não sou eu. Não tenho
nada com isso. Não mandei dinheiro para fora do Brasil."
A Folha não localizou Antonio
Celso Cipriani. A secretária de
Emídio Cipriani disse que repassaria o recado da reportagem.
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