São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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Empresa diz ter feito "investigação legítima"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No esforço para mapear os movimentos de Nelson Tanure, a Kroll teve o auxílio de funcionários do próprio "Jornal do Brasil", uma das publicações controladas pelo empresário. Citando fontes anônimas do "JB", o relatório da multinacional diz que Tanure requisitava pessoalmente a elaboração de reportagens contra Daniel Dantas e o Opportunity. Depois, lia e autorizava as publicações.
"O repórter responsável por esses artigos é Gilberto Menezes Cortes", diz o texto, "que age sob instruções explícitas de Tanure". Outro jornalista "especializado em artigos anti-Opportunity é o colunista Ricardo Boechat, que foi admitido por Tanure em 17 de julho de 2001, depois de ser demitido pelo "Globo" (...)".
Nos textos do "Jornal do Brasil", diz o relatório, "Dantas é freqüentemente associado a adjetivos relacionados ao demônio". O documento cita um texto supostamente publicado em 20 de agosto de 2000, sob o título "Dantas e seu inferno na Terra". Pela contabilidade da Kroll, a esmagadora maioria dos textos que o "JB" publicou sobre o Opportunity e Dantas entre 2002 e 2004 tinham um viés contrário aos personagens.
Eduardo Gomide, diretor de Serviços Financeiros do escritório da Kroll no Brasil, disse que a empresa "não faz espionagem". Segundo ele, o teor do memorando é fruto de "investigação legítima".
O documento contém, segundo Gomide, "uma análise do clima de jornais brasileiros em relação a um assunto". Ele afirma que a Kroll "não faz escuta telefônica".


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