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OUTRO LADO
Investimento é normal, diz "JB"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Nelson Tanure
disse, por meio de sua assessoria,
que os investimentos publicitários da empresa de telefonia celular Tim no "Jornal do Brasil" são
absolutamente normais.
A Telecom Itália nega que tenha
financiado campanha contra Daniel Dantas e o Opportunity: "Os
investimentos publicitários que a
Tim realiza nos diversos meios de
comunicação seguem as estratégias de marketing da empresa".
Em relação ao "Jornal do Brasil",
"a relação custo/benefício foi
sempre levada em conta".
Tanure classificou de "ridículas" e "improcedentes" as afirmações da Kroll de que ele fiscalizaria a execução das reportagens do
jornalista Gilberto Menezes Côrtes, colaborador do jornal, sobre o
Opportunity e seu controlador
Daniel Dantas. Disse que nem
mesmo comparece à redação.
Menezes Côrtes, por sua vez,
chamou o documento de "um
dossiê típico de arapongas". A diferença, afirmou ele, é que, ao
contrário dos agentes do extinto
SNI (Serviço Nacional de Informações), os funcionários da Kroll
"são regiamente pagos em dólar".
Quanto ao método de trabalho
empregado pela Kroll, disse ainda
Menezes Côrtes, "é o mesmo"
empregado pelos serviços de informação da ditadura. "Reúnem
recortes de jornais e tentam construir uma história."
O repórter, que tem uma reputação que classifica como "impecável", disse que vai exigir da
Kroll e do Opportunity "uma retificação do que foi divulgado". Se
não for atendido, disse que tomará as "medidas legais" contra as
"acusações mentirosas e desprovidas de qualquer fundamento".
"Jamais em 33 anos de profissão
recebi instruções de um dono de
jornal de como deveria proceder
em matérias que fiz", disse Menezes Côrtes: " Quando muito, os
editores (e foram vários e importantes em minha carreira) conversavam comigo dando boas dicas e discutindo a edição da matéria, mas a responsabilidade, na
maioria dos casos, era minha".
"Não seria, portanto, o senhor
Nelson Tanure quem iria me
orientar direta ou indiretamente
sobre minhas matérias", disse.
Ricardo Boechat, o outro jornalista mencionado no relatório, hoje já desvinculado do "JB", disse:
"Se a Kroll está afirmando essas
coisas, quem pagou para ela fazer
isso é que deve explicar em que
medida vê fundamento".
"O que posso dizer", acrescentou Boechat, "é que todas as notas
que eu publiquei, em relação aos
muitos conflitos nos quais o Opportunity ou o Daniel Dantas
eram protagonistas, foram notas
factuais. Quem tiver qualquer dúvida é só pegar os arquivos e verificar o que está lá", afirmou.
"Muitas dessas notas", disse Boechat, "constituíram-se em furos,
com informações inéditas, que tiveram grande repercussão. Uma
delas antecipou o rompimento do
Citibank com o Opportunity".
"Assumi a chefia de redação do
"JB" em 7 de setembro de 2001. Saí
em outubro de 2002. Posso afirmar categoricamente que meus
últimos contatos telefônicos com
o Tanure se esgotam entre o fim
de 2002 e a alvorada de 2003."
Evaldo Haddad Fenerich disse
que não comentaria o assunto.
Afirmou que uma decisão judicial
o proíbe até de mencionar o nome
de Daniel Dantas.
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