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Ciro diz que pressão para Lula admitir candidatura é "sabotagem" da oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, chamou ontem parte da oposição de "politiqueira" e a acusou de tentar forçar
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a admitir logo a candidatura
à reeleição para "sabotar" o seu
governo.
"A quem interessa essa coisa de
tirar energia do governo da solução dos problemas do país é a
uma oposição politiqueira. Há
uma oposição honesta a respeitável e essa também sabe que não é
a hora, tanto que está adiando a
escolha de seus candidatos. Mas,
infelizmente, há uma parcela da
oposição que só quer sabotar",
afirmou o ministro, na saída de
solenidade para a nomeação do
novo secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
A discussão sobre o anúncio da
candidatura voltou à tona depois
que pesquisas mostraram uma
queda do presidente na disputa, o
que alguns analistas atribuíram
ao fato de Lula ainda não ter dito
abertamente se vai tentar ou não a
reeleição no ano que vem.
Pela primeira vez no Datafolha,
o candidato derrotado em 2002, o
prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), passa Lula já no primeiro
turno. No segundo turno, a diferença a favor do tucano se ampliou, diz o instituto.
"O governo precisa, e o presidente tem essa noção muito clara,
se concentrar na solução dos problemas da população, que não são
poucos nem pequenos (...). Ali
para junho será hora de tratar de
eleição", avaliou Ciro.
No entanto, o próprio presidente Lula tem mencionado as eleições constantemente. Em entrevista a emissoras de rádio no Palácio do Planalto no mês passado,
chegou a admitir que será candidato, para depois recuar e dizer
que foi um "lapso".
Mais comedido que Ciro em
suas críticas, o secretário-geral da
Presidência, Luiz Dulci, também
afirmou que ainda não é a hora de
lançar a candidatura. "Pessoalmente, desejo que ele seja candidato, mas não é a hora", afirmou.
"A oposição tem o direito de reagir como achar melhor, mas não
vai nos obrigar a fazer aquilo que
não consideramos justo para o
país", concluiu.
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