São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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Ciro diz que pressão para Lula admitir candidatura é "sabotagem" da oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, chamou ontem parte da oposição de "politiqueira" e a acusou de tentar forçar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a admitir logo a candidatura à reeleição para "sabotar" o seu governo.
"A quem interessa essa coisa de tirar energia do governo da solução dos problemas do país é a uma oposição politiqueira. Há uma oposição honesta a respeitável e essa também sabe que não é a hora, tanto que está adiando a escolha de seus candidatos. Mas, infelizmente, há uma parcela da oposição que só quer sabotar", afirmou o ministro, na saída de solenidade para a nomeação do novo secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
A discussão sobre o anúncio da candidatura voltou à tona depois que pesquisas mostraram uma queda do presidente na disputa, o que alguns analistas atribuíram ao fato de Lula ainda não ter dito abertamente se vai tentar ou não a reeleição no ano que vem.
Pela primeira vez no Datafolha, o candidato derrotado em 2002, o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), passa Lula já no primeiro turno. No segundo turno, a diferença a favor do tucano se ampliou, diz o instituto.
"O governo precisa, e o presidente tem essa noção muito clara, se concentrar na solução dos problemas da população, que não são poucos nem pequenos (...). Ali para junho será hora de tratar de eleição", avaliou Ciro.
No entanto, o próprio presidente Lula tem mencionado as eleições constantemente. Em entrevista a emissoras de rádio no Palácio do Planalto no mês passado, chegou a admitir que será candidato, para depois recuar e dizer que foi um "lapso".
Mais comedido que Ciro em suas críticas, o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, também afirmou que ainda não é a hora de lançar a candidatura. "Pessoalmente, desejo que ele seja candidato, mas não é a hora", afirmou. "A oposição tem o direito de reagir como achar melhor, mas não vai nos obrigar a fazer aquilo que não consideramos justo para o país", concluiu.


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