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Para Cassol, adversário articulou denúncia à PF
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Após ter seu recém-expedido
diploma eleitoral contestado
pelo Ministério Público por suposta compra de votos, o governador reeleito de Rondônia,
Ivo Cassol (PPS), afirmou à Folha que as denúncia são conseqüência de uma devassa fiscal
feita por seu governo em uma
empresa do segundo colocado à
corrida para o Senado no Estado, Acir Gurgacz (PDT-RO).
"Descobrimos que eles [Eucatur, empresa de transportes
da família Gurgacz] declaram
só R$ 1,8 milhão por mês, quando na verdade [movimentam]
mais de R$ 10 milhões por mês.
Ninguém comprou votos aqui",
disse. "Eles têm uma campanha
cerrada no jornal deles ["Diário
da Amazônia"] e na televisão
deles [afiliada da RedeTV!]
contra minha administração."
Para ele, Gurgacz teria pago
R$ 5.000 para funcionários da
Rocha Segurança e Vigilância
(do irmão do senador eleito,
Expedito Júnior) irem à Polícia
Federal confirmar o esquema.
Na semana passada, um vigilante que tentou confirmar a
versão de Cassol foi preso por
agentes da Polícia Federal por
falso testemunho, depois que
sua mulher o desmentiu. "Coagiram ela", disse o governador.
De acordo com as denúncias,
cerca de 950 funcionários receberam R$ 100 para votar no governador, no senador e em outros dois candidatos a deputado. A reportagem ligou para
quatro deles, que confirmaram
terem recebido o pagamento.
Cassol também refutou sua
ligação com Carlos dos Reis Batista (Prona), candidato derrotado à deputado estadual e suspeito de ter sua conta eleitoral
usada para legalizar o dinheiro
da suposta irregularidade.
Ainda assim, ele confirmou
que Batista esteve lotado na
Casa Militar do governo. "É o
secretário que nomeia. E ele
[Batista] já está afastado."
Contatado pela reportagem
ontem, Acir Gurgacz disse que
denunciou de fato a suposta
compra de votos, mas só após a
PF iniciar as investigações.
O empresário nega ter pago
R$ 5.000 para os vigilantes
confirmarem a denúncia à PF.
Segundo ele, a devassa fiscal
sofrida por sua empresa é uma
"perseguição". "Já houve duas
fiscalizações no ano passado e
nada foi encontrado", afirmou.
Com mais de mil ônibus em
todo o país, a empresa é líder de
mercado em Rondônia. Segundo Gurgacz, a devassa ocorreu
depois de sua denúncia à Justiça Eleitoral. Ele se diz interessado na cassação do diploma do
senador eleito Expedito Júnior
(PPS), por ter sido segundo colocado na disputa. "Me senti lesado e fui buscar reparação."
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