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Yeda minimiza problemas e se diz "satisfeita" com gestão
Dificuldades políticas, administrativas e financeiras marcaram 1º ano de governo
Datafolha apontou que ela é
a menos popular entre os
governadores dos principais
Estados; em uma escala de
zero a dez, obteve média 4,2
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Em um ano em que enfrentou problemas políticos, administrativos e financeiros, coroado com o índice de popularidade mais baixo entre os governadores dos dez maiores Estados do país, a governadora do
Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), afirmou ontem estar "satisfeita" com sua gestão.
Mesmo convivendo com a insatisfação do funcionalismo e
em permanente conflito com
partidos da base aliada e com o
vice-governador Paulo Afonso
Feijó (DEM), a tucana não fez
balanço negativo do ano.
Em almoço com a imprensa,
falou apenas dos resultados
que considerou positivos, como
a economia de R$ 300 milhões
com cortes de custeio, a melhora nas relações com o governo
federal e a obtenção de empréstimo do Bird (Banco Mundial)
para reestruturar a dívida do
Estado com a União.
"Foi um ano muito intenso,
de mudanças e medidas intensas, mas foi um ano ótimo."
Ela disse que precisou adotar
medidas "duras" -como o atraso de parte dos salários do funcionalismo- porque sua prioridade é melhorar as finanças.
Segundo a tucana, a população não percebeu que, apesar
do corte de despesas e da falta
de investimentos, houve um
trabalho de ajuste estrutural
que não tem como ser notado
imediatamente.
"Foi um ano de ajustes. A sociedade não viu que o governo
agiu. Ela não percebeu que
além de não ter perdido nada,
muita coisa ela ganhou, mesmo
que o governo tenha cortado.
Ficou uma imagem de um governo que tem conflitos e não
resolve as coisas", disse.
Ano de problemas
Logo em seu primeiro ano de
governo, Yeda enfrentou problemas com partidos aliados
por sugerir projeto de aumento
de impostos, vem atrasando
desde março parte dos salários
do funcionalismo, aplicou apenas 0,3% da receita do Estado
em investimentos, cortou vencimentos dos servidores que
ganham acima do teto, e brigou
com o Judiciário ao reduzir seu
orçamento.
Os problemas se refletiram
em pesquisa realizada pelo Datafolha entre 26 e 29 de novembro. O levantamento mostrou
que Yeda é a menos popular entre os dez governadores dos
principais Estados do país, com
nota média de 4,2, em uma escala de zero a dez.
"Com os ajustes sendo feitos,
o ambiente começou a mudar e
se cria um clima de confiança.
Conquistei a confiança internacional [referindo-se ao empréstimo de US$ 1 bilhão do
Bird], do governo federal, e
2008 quero que seja o ano de
conquistar a confiança local,
dos gaúchos."
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