São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

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FÓRUM SOCIAL

Para organizadores, evento não aconteceria sem apoio do governo; Chávez fará duas participações

Organização diz que fórum não é chavista

RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL A CARACAS

O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, participará de dois eventos do Fórum Social Mundial em seu "capítulo" americano, que acontece de amanhã até domingo em Caracas. A participação de Chávez foi anunciada ontem pela organização do evento.
Ao responder aos questionamentos da imprensa sobre a presença de Chávez no encontro, um de seus organizadores locais, Edgardo Lander, professor da Universidade Central da Venezuela, afirmou que, "sem o apoio organizativo e financeiro do governo venezuelano, a realização do fórum não teria sido possível".
Para Lander, esse apoio é semelhante ao que as administrações municipais do PT em Porto Alegre deram ao fórum em suas edições naquela cidade e ao apoio também concedido ao encontro pelo governo Lula.
Ainda segundo o organizador, o Conselho Hemisférico do fórum, responsável no continente pelo encontro, concordou com a ajuda governamental desde que garantida a autonomia do evento.
"Uma das razões pelas quais o Conselho Hemisférico concordou que o fórum fosse aqui tem a ver com o processo político venezuelano", ele disse. "Mas o fato de haver uma empatia básica [entre o governo Chávez e as organizações sociais do encontro] não significa que o fórum seja chavista."
O 6º Fórum Social Mundial começa amanhã com uma passeata "contra a guerra e contra o império", que contará com a presença de representantes de Afeganistão, Iraque, Palestina, Colômbia.
A primeira participação de Chávez se dará na próxima sexta-feira, em um ginásio desportivo da cidade com capacidade para 18 mil pessoas. A segunda, em que Chávez debaterá com movimentos sociais, será no domingo, num teatro para 2.600 pessoas.

Folhetos do PT
Chamado de "senador da direita fascista" no folheto que o PT irá distribuir no fórum em Caracas, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), afirmou ontem que o PT não tem "credibilidade" para criticar a oposição. O texto afirmou que "um senador da direita fascista (...) disse que era preciso "acabar com esta raça", ou seja, acabar com a raça dos pobres, dos trabalhadores, da esquerda".
O senador refutou o documento. "O PT está completamente perdido nas idéias e atolado na lama da corrupção. Tudo o que o PT vier a afirmar peca pelo princípio da credibilidade."


Colaborou a Redação

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