São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina)
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A conta dos Estados

Figurantes da cena montada por Lula para lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os governadores preparam uma contra-ofensiva para apresentar ao presidente a conta pelo esperado apoio. A avaliação de aliados e oposicionistas é que o que importa ao governo são dois projetos que ficaram de fora da mise-en-scène: a prorrogação da DRU e da CPMF.
Para ajudar a aprovação dessa medidas no Congresso, os governadores apresentarão a fatura já na próxima reunião, no dia 6 de março. De cara, querem discutir a compensação pelas perdas com a Lei Kandir, a regulamentação do Fundeb e a liberação da caução da dívida dos Estados. Eles voltam a se reunir em Brasília na próxima semana para fechar a lista de pedidos.

Os russos. A reforma tributária "ambiciosa" prometida por Guido Mantega (Fazenda) não tem aval nem do PT, que defende a aprovação da versão que já tramita na Câmara. "Iniciar uma discussão completamente nova é muito difícil", diz Ricardo Berzoini.

Por ali. Quando convidados do almoço de José Roberto Arruda (DF) na residência oficial de Águas Claras perguntaram se José Serra (SP) não iria, Aécio Neves (MG) brincou: "Eu dei o endereço errado para ele. Disse que seria na Granja do Torto".

Agora vai. O PAC incluiu entre as obras prioritárias a conclusão do Fura-Fila, invenção do publicitário Duda Mendonça, que há dez anos se arrasta em São Paulo.

Passatempo. A longa exposição da titular da Casa Civil, cheia de números e gráficos, levou os governadores a, cochichando, apelidarem-na de "Dilma Dormonid".

Maracujina. Enquanto a ministra falava, os governadores apostavam quando a primeira-dama, Marisa Letícia, cochilaria, após várias piscadas. O general Gonçalves Dias, chefe da segurança de Lula, também bocejou.

Perdeu o bonde. Luiz Henrique tomava café com jornalistas catarinenses e atacava Lula quando soube que quase todos governadores estavam no Planalto. Reclamou a aliados que José Serra havia lhe dito que não iria a Brasília.

Em casa 1. Marcos Cláudio Lula da Silva, filho da primeira-dama, Marisa Letícia, lançou comunidade no orkut, intitulada "Aldo é nosso escolhido", em que prega a reeleição do presidente da Câmara. O grupo tem 67 membros.

Em casa 2. Filiado ao PT de Santo André, o enteado de Lula é autor, ainda, de uma petição online em que defende a renúncia de Arlindo Chinaglia (PT-SP) "em prol da governabilidade".

Gulliver. Fraco nas legendas grandes e médias, Aldo busca os nanicos. Tem o apoio dos dois deputado do PRB, partido do vice José Alencar. Tem o apoio da direção do PV, mas a bancada está dividida.

Chimarrão. O pacote pelo apoio do PMDB a Chinaglia passa pelo agrado à ala gaúcha. Eliseu Padilha seria o líder da bancada, e Mendes Ribeiro presidiria a Comissão de Constituição e Justiça.

Da paz. Petistas mais próximos a Aldo Rebelo vão pedir a ele que modere as críticas e não ataque Chinaglia no debate da TV Câmara. "É preciso diferenciar quem é oposição e quem é governo", diz Paulo Pimenta (PT-RS).

Plano B. O PT da Assembléia paulista buscará hoje assinaturas de líderes de outras siglas para tentar emplacar a CPI do Metrô. Não quer que a iniciativa seja vista como um ato isolado do partido.

Lá e cá. Antes de embarcar para os EUA, Geraldo Alckmin deu início à sua campanha pela presidência do PSDB. Foi ao Acre na sexta abonar filiações. A prática será rotina a partir de julho, quando retorna ao país.

Tiroteio

De novo, estão fazendo cortesia com chapéu alheio. Não fomos convidados para o banquete, mas estamos sendo chamados a pagar a conta.


Do governador da Paraíba, CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB), sobre a possível perda de receita dos Estados por causa do plano do governo Lula para "destravar" a economia.

Contraponto

Nada de improviso

A reunião de Lula com os governadores ontem, antes do anúncio formal do PAC, foi rápida e protocolar. O presidente citou os objetivos das medidas e discorreu sobre o formato da apresentação do programa.
-Vocês terão de ter paciência para ouvir o Mantega falar por 30 minutos. E a Dilma, por 40-, avisou Lula.
Foi então que Wellington Dias (PT) mudou de assunto.
-Presidente, da forma como está, o Fundeb prejudica os Estados do Nordeste-, cobrou o governador do Piauí.
-Do Brasil todo-, completou Aécio Neves (PSDB-MG).
Antes que os protestos ganhassem corpo, Lula alegou que discutiria Educação depois e encerrou a reunião.


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