São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 2007

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Chinaglia e Aldo prometem aumento sem definir valor

Em carta enviada a colegas, petista fala em resolver questão de reajuste "de imediato'

Comunista diz que quer alcançar isonomia "ao longo do tempo'; Fruet enviará sua carta nos próximos dias prometendo repor inflação

LETÍCIA SANDER
SILVIO NAVARRO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A menos de dez dias da eleição para a presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) enviaram "cartas de intenções" aos deputados em que mencionam o reajuste do salários dos deputados, mas não se comprometem com valores.
Chinaglia promete resolver a questão "de imediato" e Aldo quer estabelecer um teto "ao longo do tempo" para chegar à isonomia na remuneração dos servidores dos Três Poderes. Na semana passada, Aldo havia dito que a "razoabilidade" apontava para a correção da inflação -na prática, R$ 16,5 mil.
No ano passado, a Câmara, presidida por Aldo, tentou, por meio de acordo dos líderes, igualar o salário dos deputados ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal -R$ 24,5 mil, um aumento de 91%. O STF derrubou a mudança, dizendo que ela precisava ser votada no plenário. Os deputados decidiram adiar a decisão para a legislatura que inicia em fevereiro.

Compromissos
O principal ponto da carta de Chinaglia é o compromisso em resgatar a "imagem desgastada", "o prestígio e a autoridade" da Casa. Além disso, ele fala em "garantir espaço político de todos sem distinção".
Diz ainda que a "necessidade de espaço físico construída para a atividade parlamentar será equacionada nos próximos dois anos", acenando para outra demanda dos parlamentares.
Aldo cita seis pontos como prioritários: agenda comum pelo desenvolvimento, reforma tributária, Orçamento impositivo, mudanças das medidas provisórias, subsídios dos deputados e remuneração dos servidores e a reforma política.
As cartas mostram visões distintas sobre a última legislatura. Chinaglia diz que ela foi marcada "por episódios de tensão e sofrimento", apesar da aprovação do Fundeb (fundo do ensino básico) e da Lei Geral das Microempresas.
Já Aldo escreve: "Tivemos a demonstração da força e da coragem do Parlamento para mudar a sua própria história". Ele citou a racionalização dos gastos da Casa, a diminuição de cargos de confiança e a redução do recesso parlamentar.
Gustavo Fruet (PSDB-PR) enviará sua carta nesta semana. Com o título "Olho no olho do eleitor", ele promete discutir "a Câmara que o Brasil quer".
Segundo o deputado, no texto, ele promete se empenhar para recuperar a imagem da Câmara e defenderá a autonomia do legislativo. Vai defender o aumento para R$ 16,5 mil dos salários, além de um debate sobre os gastos com a estrutura da Casa e a rediscussão das emendas parlamentares.


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