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Repatriação de dólares pode levar muitos anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O bloqueio de dólares no exterior não significa uma repatriação imediata aos cofres brasileiros. Ao contrário, o eventual retorno pode levar muitos
anos, até que o Judiciário, em
todas as instâncias, entenda pela origem ilícita dos valores.
O pedido de devolução tem
que ser feito dentro de um processo contra o grupo Opportunity, de Daniel Dantas, e contra
o investidor Naji Nahas, entre
outras pessoas, por supostos
crimes financeiros.
Para esse processo ter início,
a Polícia Federal ainda tem de
concluir a investigação, iniciada há seis meses, com a deflagração da Operação Satiagraha,
e, depois disso, o Ministério Público Federal precisa apresentar denúncia (acusação formal)
contra todos os envolvidos.
A manutenção do bloqueio
dependerá da origem do dinheiro. Se a procedência for lícita, o valor será liberado após
pagamento de tributo.
"Mas, se houver a suspeita de
que parte do montante apreendido tem origem pública, todo o
restante ficará contaminado,
ficará bloqueado à espera da
decisão final da Justiça", disse o
promotor de Justiça Sílvio
Marques, especialista em cooperação jurídica internacional.
O Ministério Público Federal, em São Paulo, está na expectativa de os EUA encaminharem a documentação do
bloqueio. O objetivo é saber se
os dólares pertencem ao Opportunity ou a investidores.
Um exemplo da complexidade de uma repatriação é o caso
do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP), investigado por contas no exterior desde
2001. A Suíça diz ter congelado
US$ 8 milhões. O paraíso fiscal
da ilha de Jersey, outros US$
120 milhões. O eventual retorno aos cofres públicos só ocorrerá após a Justiça se pronunciar de forma definitiva -Maluf nega ter contas fora do país.
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