UOL

São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Envolvidos dizem que não houve irregularidades

DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

O ex-presidente da Assembléia Legislativa José Carlos Gratz (PFL) atribuiu as acusações contra ele a um "complô" elaborado pelo governador Paulo Hartung (PSB), seu adversário político.
"Ele [Hartung] quer se sobrepor à Assembléia. Só falta agora ser nomeado presidente da Assembléia", disse ele.
Gratz negou irregularidades nas obras de pavimentação de ruas em Vila Velha, que resultaram na cassação de seu registro de candidatura.
"A Assembléia fez um convênio para asfaltar as ruas, não há nada de irregular nisso. Eu nunca fui lá. No dia da inauguração, uma casa colocou uma faixa agradecendo a mim. Que culpa eu tenho nisso?"
O advogado do ex-governador José Ignácio Ferreira (sem partido), Nabor Bulhões, afirmou que o Banco Mundial auditou as obras do Prodesan (Programa de Despoluição dos Ecossistemas Litorâneos do Espírito Santo) e não foram encontradas irregularidades.
Bulhões também negou que Ignácio tenha executado uma operação fraudulenta no Banestes.
"Foi uma operação complexa, não irregular." Ainda de acordo com o advogado, Ignácio não pode ser acusado de gestão temerária de instituição financeira porque, apesar de eleito, ainda não tinha sido empossado governador.
A Agência Folha tentou falar com Ignácio, mas foi informada de que ele estaria viajando.

Vale do Rio Doce
A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) afirmou, por meio de nota, que fez um acordo com o governo do Estado, em 1998, para pagar dívidas de ICMS no montante de R$ 13 milhões.
Pelo acordo, R$ 7 milhões seriam pagos por meio de doações de natureza social e outros R$ 6 milhões em espécie. Em 1998, Gratz já era presidente da Assembléia Legislativa.
"A indicação dos beneficiários das doações foi de única e exclusiva responsabilidade do Estado em razão dos aspectos políticos e necessidades sociais envolvidos", afirma a nota.
A inclusão do município de Sooretama como beneficiário das doações ocorreu com a publicação da lei 6.005 no dia 8 de dezembro de 1999, alterando a lei 5.781 de 22 de dezembro de 1998.
A CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) afirmou que a doação foi referente a um acordo com o governo do Estado para a antecipação do pagamento de ICMS, que será abatido no futuro. "Uma parte do crédito foi para o governo e a outra parte para a Assembléia, que decidiu o que fazer com o dinheiro", disse o assessor de comunicação Deusdedith Dias. Ele negou que a empresa tenha sido chantageada.
A Aracruz Celulose afirmou que não iria se pronunciar sobre o assunto. A Agência Folha deixou recados para o empreiteiro Vilmar Borges da Silva e o ex-prefeito de Sooretama Esmael Loureiro (PMDB), mas eles não ligaram de volta. (FK)


Texto Anterior: Estados: Herança "fora da lei" ameaça governo do ES
Próximo Texto: Promotoria investiga desvio de verbas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.