São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cabo-de-guerra

A resistência do PSB em abdicar de seu melhor ministério, manifestada ontem formalmente a Lula, já era cantada por Ciro Gomes a colegas de Câmara antes do Carnaval. "Vamos reagir", avisava o ex-titular da Integração Nacional, enquanto crescia, na bolsa de apostas, o nome de Geddel Vieira Lima para o cargo.
Ciro nunca escondeu a contrariedade com a perspectiva de nomeação do deputado peemedebista para um posto em que deixou um substituto de sua inteira confiança, Pedro Britto. Em privado, o ex-ministro lembra que Geddel, além de neolulista, vem de um Estado -a Bahia- contrário à transposição do São Francisco, carro-chefe da pasta. Já os aliados de Geddel acreditam que Ciro quer manter a Integração sob sua influência como plataforma para 2010.

A serviço 1. Na bica para receber a Integração Nacional, o PMDB da Câmara faz uma outra leitura do renovado esforço do PSB para se manter no comando da pasta: seria uma maneira de embolar o jogo, favorecendo os peemedebistas do Senado.

A serviço 2. No entender dos peemedebistas alinhados com o PT na Câmara, adversários do "bloquinho" no qual reina o PSB de Eduardo Campos, não foi à toa que o governador de Pernambuco perguntou a Lula, ontem, se o presidente pretende esperar o resultado da eleição interna do PMDB para anunciar a reforma. A alegada resposta positiva é tudo o que o senador Renan Calheiros queria ouvir.

Básico. No encontro com o PSB, Lula foi cristalino ao expor sua dificuldade para dar Cidades a Marta Suplicy, como cobra o PT: "Se eu tirar o PP de lá, onde eu vou pôr?"

Passe livre. José de Filippi Jr., prefeito de Diadema que foi tesoureiro da campanha de Lula à reeleição, esteve ontem no quarto andar do Palácio do Planalto, no gabinete do ministro Tarso Genro.

Bola sete. 1.896.000 eleitores estão ameaçados com o cancelamento de seus títulos por não terem votado nem justificado nos três últimos turnos eleitorais do país. Escaparão aqueles que regularizarem a situação dentro do prazo de 60 dias a contar da próxima segunda, 26 de fevereiro. Os nomes dos faltosos serão postados no site do TSE.

Go home 1. A Coordenação dos Movimentos Sociais, que reúne CUT, UNE e MST, finaliza hoje em encontro no Rio de Janeiro sua programação de protestos para 8 de março, dia da visita de George W. Bush a São Paulo.

Go home 2. As entidades planejam realizar manifestações diante de todos os edifícios onde o presidente norte-americano estiver. As comemorações do Dia Internacional da Mulher serão usadas para engrossar, em outras cidades do país, os atos contra a presença de Bush.

Enlaçados. André Puccinelli classifica como um "bote certo" seu apoio público a Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa pela presidência da Câmara. O deputado petista passou o Carnaval em Bonito, Mato Grosso do Sul, e se declarou "devedor" do governador peemedebista, que agora luta por mudanças no PAC a fim de atender seu Estado.

Pires na mão 1. Yeda Crusius enviará a Brasília na próxima quarta-feira seus secretários da Fazenda e do Planejamento. Eles distribuirão à bancada gaúcha uma relação com projetos prioritários para o Estado que podem receber recursos federais.

Pires na mão 2. A governadora tucana, que enfrenta uma crise financeira, já é alvo dos prefeitos do interior do Rio Grande do Sul, que ainda não receberam os repasses destinados ao transporte escolar para o ano letivo.

Visita à Folha. Nelson Machado, ministro da Previdência, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Laerte Dorneles Meliga, assessor de comunicação social.

Tiroteio

"É a aliança São Tomé. Como um desconfia do outro, ambos só acreditam vendo".
Do cientista político RUBENS FIGUEIREDO, sobre a alegada disposição de Lula para anunciar o ministério de seu segundo mandato apenas depois da eleição interna do PMDB.

Contraponto

Pé frio

A escola de samba Vai-Vai reuniu em uma de suas alas os deputados federais petistas Vicentinho e Paulo Teixeira, o vereador paulistano Celso Jatene (PTB) e o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman (PSDB).
Pouco antes do desfile, Feldman lembrava o fato de sempre ter desfilado pela Leandro de Itaquera, que no ano passado homenageou José Serra e Geraldo Alckmin.
-Por que mudou de escola?-, quis saber um repórter.
-Ela caiu, ora!
Ao seu lado, Paulo Teixeira provocou:
-Depois que o PSDB derrubou a Leandro, o Walter não teve saída senão pedir asilo na Vai-Vai.


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