São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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"Empresário" morava numa casa modesta

EM SÃO PAULO

Único representante vivo da Gold Stone, Octavio Moia Claro leva uma vida humilde para um empresário que presta serviços para grandes partidos e candidatos à Presidência.
A reportagem foi ao endereço que Octavio informou ao fisco e no qual morou até meados de 2007, segundo vizinhos: uma pequena casa de fundo, mal conservada, no Jardim Colombo, bairro de classe média baixa em São Paulo.
A nova moradora da casa, Suely Colombo, mostrou as correspondências dos antigos inquilinos. Havia várias cartas de 2008, como contas de telefone celular para Maria Magdalena Paradela Claro, mulher de Moia, morta no começo de 2006.
Em seu depoimento à Receita, Moia disse que havia se separado de Maria Magdalena em 1999. Segundo os proprietários da loja vizinha Atacado dos Games, Luiz Carlos e Eliza Roque, eles moraram juntos até ela morrer.
"Era um sujeito simples. Tinha um carro bem velho, um Suzuki todo quebrado, que soltava óleo. Às vezes, nem funcionava. Um dia, quebraram o vidro para tentar roubar, mas o carro não pegou", disse Luiz. "Era uma pessoa humilde, muito boa. Pouco antes de morrer, ela estava muito feliz, pois havia arrumado um emprego. Mas a doença foi muito rápida. Ela morreu pouco tempo depois de saber que estava doente", disse Eliza sobre Maria Magdalena.
Moia disse também aos fiscais que o endereço da Gold Stone registrado no fisco "não é e nunca foi sede" da empresa, mas sim a residência de sua filha, Amanda Paradelo Claro. A reportagem foi até lá, onde hoje está instalada a loja Plena Cor Tintas, na movimentada avenida Cerro Corá. O imóvel, de um pavimento, é tipicamente comercial, bem à beira da rua. Dificilmente uma pessoa fixaria residência naquele local. Hélio Manzo, gerente da loja, sogro do dono, disse que a Plena Cor Tintas está instalada ali há cinco anos. Como em junho de 2006 Moia disse que sua filha morava lá naquela ocasião, as datas não batem. A Plena Cor já estava ali fazia três anos.
A Folha não conseguiu localizar nem Moia nem Amanda. Vizinhos de Moia em Jardim Colombo lembram de tê-lo ouvido dizer que iria morar com uma filha em outro Estado. (LEONARDO SOUZA)


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