Na terça-feira, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, vai negociar a retirada da candidatura de Luiza Erundina com o comando do PSB

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), se reúne na terça-feira com o comando do PSB para discutir a costura de alianças no país, incluindo São Paulo. Na pauta, a possibilidade de retirada da pré-candidatura da ex-prefeita Luiza Erundina em benefício da ministra Marta Suplicy (PT).
Em troca, uma fatia do PSB reivindica a substituição de Marta por uma representante do partido, como antecipou ontem o "Painel" da Folha.
Segundo integrantes do PSB, a ex-prefeita de Salvador (BA) Lídice da Mata seria potencial candidata à vaga de Marta e contaria com o apoio do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
"Já faz tempo que existe essa especulação", limitou-se a comentar o presidente estadual do PSB, Márcio França.
Para impedir que o PSB - com dois ministérios - ocupe um espaço desproporcional, há quem proponha uma troca. O PSB herdaria o Ministério do Turismo e entregaria a Secretaria dos Portos, hoje ocupada por um indicado do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Marta já havia indicado um nome para o conselho da secretaria.
Além de caro, o acordo esbarraria na resistência da própria Marta. Segundo petistas, a ministra se mostra hesitante quanto à hipótese de deixar o cargo. Em conversas, lembra que existem três programas de visibilidade prestes a serem lançados. Erundina, que não controla o partido no Estado, tampouco aprova a negociação. "Parece que minha candidatura está à venda, né?", reagiu.
Antes do encontro com Berzoini, o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, se reunirá com Erundina. Na véspera, conversará com o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos. Ciro será consultado depois. Segundo Amaral, "é impossível discutir eleição sem falar sobre São Paulo". Mas toda a conversa com Berzoini dependerá da disposição de Erundina para a disputa.
Aliados listam as vantagens de um acordo. Erundina e Marta disputam o mesmo eleitor. Além disso, a saída de Erundina desidrataria o bloco com o PC do B e PDT, favorecendo a reunião da base em São Paulo.


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