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Petista será relator do impeachment de Arruda em comissão
Chico Leite diz que provas contra governador afastado são "fartas" e que apresentará seu parecer ainda nesta semana
Já o processo contra Paulo Octávio será relatado por deputado aliado; 2 dos 5 membros da comissão que julgará casos são da oposição
FILIPE COUTINHO
PAULO GAMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um acordo entre oposição e base governista, a Câmara
Legislativa do DF decidiu ontem que um petista fará o relatório sobre o impeachment do
governador José Roberto Arruda (sem partido), enquanto o
vice Paulo Octávio (DEM) será
julgado por um aliado.
A escolha dos relatores para a
comissão especial do impeachment revela a disposição dos
deputados distritais para isolar
Arruda, preso há duas semanas,
e dar uma sobrevida a Paulo
Octávio, governador interino.
No caso de Arruda, quem fará o
relatório será o petista Chico
Leite, promotor de carreira e
um dos líderes da oposição.
A Folha apurou que o acordo
surgiu como forma de aliviar a
pressão sobre Paulo Octávio.
Como a oposição é minoria e
poderia ficar sem cargo, o PT se
deu por satisfeito em ficar com
a relatoria do caso Arruda.
Assim, os governistas não terão o desgaste de julgar Arruda,
que antes da prisão contava
com amplo apoio. Com um petista na relatoria, a base garante que o foco na comissão, que
não será poupado por Chico
Leite. "As provas são fartas e os
casos de Arruda e Paulo Octávio são conexos. O que vale para um deve valer para o outro",
defende o deputado.
Para o caso de Paulo Octávio,
que tenta conquistar uma governabilidade mínima, o relator do impeachment será o
aliado Batista das Cooperativas
(PRP). Enquanto o relator de
Arruda diz que entregará o parecer nesta semana, Batista
desconversa sobre quando
apresentará seu -o limite é na
primeira semana de março.
O deputado, entretanto, não
poupa palavras para elogiar o
governador interino. Ele subiu
à tribuna do plenário da Câmara para parabenizar sua atuação contra uma tentativa de invasão de terra ocorrida no fim
de semana. "Brasília tem governabilidade. Parabéns Paulo
Octávio, o senhor foi enérgico."
Apesar dos pedidos de impeachment terem sido abertos
na última quinta-feira, apenas
o do governador preso havia sido publicado no "Diário Oficial" da Câmara até ontem.
Dos 5 deputados da comissão
especial, 2 são da oposição. Ou
seja, o poder de formar maioria
contra Arruda ou Paulo Octávio está nas mãos de um dos
três deputados da base.
Pelo regimento, os relatores
têm até dez dias corridos para
entregar o parecer. No total, a
defesa de Arruda e o relatório
final podem levar mais 30 dias.
Também foi definido que o
deputado Cristiano Araújo
(PTB) será o presidente da comissão especial.
Ontem, o ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal)
Marco Aurélio Mello negou pedido de liberdade solicitado pela defesa do ex-deputado distrital Geraldo Naves, também
preso sob a suspeita de subornar uma das testemunhas do
mensalão do DEM. O ministro
também é o relator do habeas
corpus de Arruda, que será julgado na próxima quinta.
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