Caio Guatelli - 21.fev.2000/Folha Imagem

Jorge Pagura, que nega irregularidades na Secretaria da Saúde

VALÉRIA DE OLIVEIRA
free-lance para a Folha

A CPI dos Medicamentos decidiu convocar para depor, na próxima terça-feira, o secretário da Saúde de São Paulo, Jorge Pagura, o chefe de gabinete dele, César Castanha, o diretor do hospital de Campo Limpo, Vicente Delamanha, e o diretor do PAS (Plano de Assistência à Saúde) do Tatuapé.
Os deputados querem informações sobre as denúncias feitas pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta de que compras superfaturadas de remédios teriam sido efetuadas pelos responsáveis pelo PAS.
A convocação da própria Nicéa não está descartada. Primeiro, os deputados querem saber, entretanto, se ela tem mais denúncias, além das que já fez à Procuradoria da República em São Paulo, que poderiam interessar à CPI.
Ficou acertado, em reunião reservada realizada ontem, que o presidente da comissão, Nelson Marchezan (PSDB-RS), vai telefonar para Nicéa e perguntar se ainda há mais informações e provas a acrescentar.
Um grupo de deputados da comissão esteve em São Paulo na semana passada para ler as declarações de Nicéa à procuradoria. O relator da comissão, Ney Lopes (PFL-RN), disse que os parlamentares fizeram "uma triagem inicial" dos dados sobre compras superfaturadas do PAS.
O requerimento da convocação de Nicéa e das pessoas a quem ela acusou de superfaturar os medicamentos foi apresentado pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT).
Lopes deu parecer contrário à convocação de Nicéa. "Não me parece sério querer ouvi-la", disse. Lopes afirmou temer que a convocação dela seja confundida com "busca de holofotes e sensacionalismo". Chinaglia pediu a Marchezan que fizesse a consulta para "não errar ao ouvir, se ela não tiver nada a acrescentar, e não errar ao não ouvir-la, caso ela tenha o que dizer".


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