São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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O QUE DIZEM OS GOVERNADORES Covas defende fim de vinculação à Previdência

da Reportagem Local e

da Agência Folha

O governador de São Paulo, Mário Covas, defende o fim da vinculação entre salário mínimo e Previdência Social. Segundo ele, essa seria a melhor solução para permitir o aumento do mínimo sem pôr em risco as contas públicas. "O melhor é desvincular da Previdência. E aí você opera o salário mínimo segundo as conveniências", disse ontem o governador, na Assembléia Legislativa de São Paulo.
O governador lembrou que para prefeituras de pequenos municípios o aumento do mínimo também faz diferença no orçamento. Ele afirmou que não é possível ter o mesmo salário mínimo em todo o país e defendeu a regionalização do valor. Citou como exemplo o caso paulista, em que o piso, desde 1997, vale R$ 240,00, que, à época, valiam US$ 205, segundo Covas.
"Devia ser regionalizado isso, como já foi no passado. Mas o melhor seria desvincular o valor de qualquer coisa. Salário mínimo é salário mínimo. E serve para pagar salário mínimo, ponto final", disse o governador.
Covas contestou as críticas à regionalização. Disse que o valor unificado do mínimo não evitou a migração para as regiões mais ricas do país. Segundo ele, a migração não ocorre apenas pelos salários mais altos, mas por serviços e benefícios oferecidos pelo Estado, como creches, escolas e postos de saúde. "Muitos levam uma vida extremamente difícil, mas têm coisas que lá, na sua origem, não têm", explicou Covas.
O governador defendeu mais equilíbrio na distribuição de recursos públicos federais. "As pessoas querem se fixar no lugar de origem. O valor único não evitou o êxodo. Não é por aí", afirmou.

Apoio
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, promete manter a decisão de aumentar o salário mínimo do funcionalismo público do Estado para R$ 177 -o equivalente a cerca de US$ 100.
Segundo sua assessoria, ela tem apoio de toda a iniciativa privada do Estado (associações industriais e comerciais) e das prefeituras para adotar o piso.
O reajuste salarial deve começar a vigorar no dia 1º de maio e beneficiará 23 mil de um total de 92 mil funcionários públicos do Estado, que recebem um salário mínimo.
A assessoria da governadora informou ainda que o aumento significará um acréscimo de 1% sobre o total da folha de pagamento atual, mantendo os gastos pessoal abaixo do limite de 60% da receita líquida (Lei Camata).


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