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PF pede quebra do sigilo bancário
de caseiro, que será ouvido hoje
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal ouvirá hoje
Francenildo Costa, o caseiro que
teve seu sigilo bancário quebrado
de maneira ilegal na semana passada. Os dados foram acessados
dentro da Caixa Econômica Federal, banco no qual ele tem conta.
Ontem a PF pediu oficialmente
à Justiça a quebra do sigilo bancário do caseiro, autorização para
busca e apreensão de documentos na Caixa e os registros de
quem acessou a conta de Nildo no
banco. A PF também tentou, sem
sucesso, intimar o presidente da
CEF, Jorge Mattoso.
Informações relativas à movimentação bancária do caseiro foram publicadas na revista "Época". A reportagem registra que os
extratos aos quais teve acesso foram impressos às 20h58 da quinta-feira passada, horário em que
Nildo estava na sede da PF, em
Brasília, acertando seu ingresso
no programa de proteção à testemunha oferecido pelo órgão.
Tais informações sustentaram a
especulação de que a PF poderia
estar por trás da quebra ilegal de
serviço, fato que não se comprovou. Conforme a Folha revelou na
terça, o acesso aos extratos de Nildo foi feito dentro do banco.
Os dados bancários revelaram
que Nildo recebeu depósitos de
cerca de R$ 25 mil entre janeiro e
março deste ano. Segundo o caseiro, os créditos foram feitos pelo
empresário Eurípedes Soares da
Silva, que tem uma empresa de
ônibus em Teresina (PI). Silva seria pai biológico do caseiro e teria
decidido ajudá-lo a comprar uma
casa em Brasília, mas se negou-se
a assumir a paternidade de Nildo.
Ontem, o delegado Rodrigo
Carneiro Gomes, que preside o
inquérito no qual a quebra ilegal é
investigada, recebeu da revista os
documentos usados na reportagem. Também ontem foi ouvido o
delegado Wilson Damázio, chefe
da Coordenação Geral de Defesa
Institucional, que comanda o
programa de proteção à testemunha da PF. Foi Damázio quem recebeu Nildo na quinta-feira passada. Na ocasião, o delegado pediu os documentos do então protegido. Além do CPF e do RG, Nildo entregou seu cartão bancário.
No depoimento, Damázio repetiu o que já havia dito à imprensa.
Negou qualquer envolvimento da
PF no episódio e disse que pedir
documentos da testemunha protegida é parte do protocolo.
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