São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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PF pede quebra do sigilo bancário de caseiro, que será ouvido hoje

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal ouvirá hoje Francenildo Costa, o caseiro que teve seu sigilo bancário quebrado de maneira ilegal na semana passada. Os dados foram acessados dentro da Caixa Econômica Federal, banco no qual ele tem conta.
Ontem a PF pediu oficialmente à Justiça a quebra do sigilo bancário do caseiro, autorização para busca e apreensão de documentos na Caixa e os registros de quem acessou a conta de Nildo no banco. A PF também tentou, sem sucesso, intimar o presidente da CEF, Jorge Mattoso.
Informações relativas à movimentação bancária do caseiro foram publicadas na revista "Época". A reportagem registra que os extratos aos quais teve acesso foram impressos às 20h58 da quinta-feira passada, horário em que Nildo estava na sede da PF, em Brasília, acertando seu ingresso no programa de proteção à testemunha oferecido pelo órgão.
Tais informações sustentaram a especulação de que a PF poderia estar por trás da quebra ilegal de serviço, fato que não se comprovou. Conforme a Folha revelou na terça, o acesso aos extratos de Nildo foi feito dentro do banco.
Os dados bancários revelaram que Nildo recebeu depósitos de cerca de R$ 25 mil entre janeiro e março deste ano. Segundo o caseiro, os créditos foram feitos pelo empresário Eurípedes Soares da Silva, que tem uma empresa de ônibus em Teresina (PI). Silva seria pai biológico do caseiro e teria decidido ajudá-lo a comprar uma casa em Brasília, mas se negou-se a assumir a paternidade de Nildo.
Ontem, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, que preside o inquérito no qual a quebra ilegal é investigada, recebeu da revista os documentos usados na reportagem. Também ontem foi ouvido o delegado Wilson Damázio, chefe da Coordenação Geral de Defesa Institucional, que comanda o programa de proteção à testemunha da PF. Foi Damázio quem recebeu Nildo na quinta-feira passada. Na ocasião, o delegado pediu os documentos do então protegido. Além do CPF e do RG, Nildo entregou seu cartão bancário.
No depoimento, Damázio repetiu o que já havia dito à imprensa. Negou qualquer envolvimento da PF no episódio e disse que pedir documentos da testemunha protegida é parte do protocolo.


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