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Planalto nega ordem
para violação de sigilo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) negou ontem que tenha partido do Palácio
do Planalto alguma orientação
para que fosse violado o sigilo
bancário do caseiro Francenildo
Costa, mas insinuou que Costa
agiu "a pedido de alguém" ao fazer acusações ao ministro Antonio Palocci (Fazenda). Já o presidente do Senado, Ranan Calheiros (PMDB-AL), elogiou Palocci e
disse que não necessidade de ele
depor novamente à comissão.
"É impossível falar qualquer
coisa antes que uma investigação
possa apontar qual foi a linha que
fez essa quebra de sigilo. Assim
como na investigação se verá se a
história do caseiro é consistente
ou foi produzida a pedido de alguém", afirmou Wagner durante
seminário promovido ontem, em
Brasília, pelo CDES (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social), órgão ligado à Presidência
da República.
O ministro não quis dizer quem
estaria por trás das denúncias feitas por Francenildo Costa. "Não
sou eu que posso dizer isso, nem o
governo, é a investigação", afirmou o ministro. "Eu posso garantir que do Palácio do Planalto não
saiu nenhuma orientação para
que se quebrasse a regra legal do
estado democrático."
Testemunha
O caseiro é uma das testemunhas segundo quem Palocci freqüentava, em Brasília, uma casa
que ficou conhecida como "casa
do lobby". O ministro da Fazenda
nega ter estado no local, onde se
reuniam alguns de seus ex-assessores, como Vladimir Poleto, Rogério Buratti e Ralf Barquete, investigados por suspeitas de corrupção durante a gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto.
Depois que o testemunho de
Francenildo veio a público, vazou
para a imprensa um extrato de
sua conta na Caixa Econômica
Federal, mostrando depósitos de
cerca de R$ 25 mil na sua conta.
Ontem, Wagner disse que a violação do sigilo bancário é "inadmissível num Estado de Direito",
mas afirmou que Palocci continua no comando da Fazenda. "O
presidente Lula sustenta a posição
do ministro Palocci e, a menos
que ao longo das investigações se
revele alguma coisa que seja impeditiva, o ministro Palocci fica
no cargo", declarou.
Renan
Renan Calheiros criticou ontem
o prazo de 15 dias dado pela CEF
(Caixa Econômica Federal) para
descobrir quem violou o sigilo
bancário do caseiro Francenildo,
mas ficou ao lado do governo ao
afirmar que não é necessário que
o ministro Palocci compareça
mais uma vez à CPI dos Bingos.
"O ministro Palocci já prestou
muitos serviços ao Brasil, à estabilidade econômica e tem muitos
serviços para prestar ainda. Ele
sempre se colocou à disposição
para, se for o caso, vir aqui. Mas
acho que, por enquanto, não há
nenhuma necessidade de que isso
aconteça", declarou o senador.
Para Renan, a CEF deveria ser
mais rápida na apuração do culpado pela divulgação do extrato
bancário do caseiro.
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