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Franklin Martins vai chefiar pasta de comunicação
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O jornalista Franklin Martins, 58, aceitou ontem à noite,
em conversa com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o convite para comandar um novo
ministério que deverá cuidar
das áreas de imprensa e publicidade do governo.
Ficou acertado também que
caberá a Franklin Martins conduzir o projeto do governo federal de criação de uma rede
pública de televisão.
Em encontro no Palácio do
Planalto, Lula e Franklin tiveram a conversa definitiva sobre
as atribuições do jornalista, que
comandará uma pasta com status de ministério. A Folha antecipou o convite do presidente
ao jornalista.
"Conversei com o presidente
e aceitei", disse Franklin.
O formato do ministério deverá reunir as atuais SID (Secretaria de Imprensa e Divulgação), chefiada pelo jornalista
André Singer, e a Secom (Secretaria de Comunicação de
Governo), que perdeu o status
de ministério em julho de 2005
e passou a integrar a estrutura
da Secretaria Geral da Presidência, comandada por
Luiz Dulci.
Comentarista da TV Bandeirantes e colunista do Portal IG,
Franklin foi sugerido a Lula pelo jornalista João Santana,
marqueteiro da campanha eleitoral de Lula no ano passado.
Trajetória
Franklin fez carreira como
jornalista cobrindo política.
Entre outros veículos, trabalhou no jornal "O Globo" e na
TV Globo -nesta foi comentarista do "Jornal Nacional", função da qual foi afastado em
maio de 2006. Também foi comentarista da Globonews e da
rádio CBN.
Entrou no movimento estudantil em 1967 e passou a combater a ditadura militar de
1964. Em 1969, integrou um
grupo formado por militantes
de duas organizações guerrilheiras -a Ação Libertadora
Nacional e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro- que
seqüestrou o embaixador americano Charles Elbrick para
forçar a ditadura a libertar 15
presos políticos, entre os quais
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado por conta do mensalão.
Rede pública de TV
O presidente deseja criar
uma rede pública nacional de
TV, nos moldes da britânica
BBC, em seu segundo mandato.
No governo, há expectativa
de que órgãos de comunicação
e partidos de oposição se manifestarão contrariamente à
idéia, temendo que a criação de
uma rede pública nacional de
TV possa ser instrumentalizada por Lula, o PT e os próximos
governos. Ou seja, tornar-se
um canal "chapa branca".
Daí Lula ter mencionado em
conversa com auxiliares que a
rede deveria ter autonomia em
sua gestão. Mais: o governo discutiria com os mais variados setores da sociedade o modelo
administrativo e jurídico dessa
rede pública nacional de TV.
Os defensores dessa rede argumentam que o atual modelo
de TVs educativas estaduais é
fragmentado. Alegam que a Radiobrás cumpre função estatal
e não pública. Ou seja, noticia
do ponto de vista que interessa
ao governo federal.
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