São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2007

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Franklin Martins vai chefiar pasta de comunicação

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O jornalista Franklin Martins, 58, aceitou ontem à noite, em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o convite para comandar um novo ministério que deverá cuidar das áreas de imprensa e publicidade do governo.
Ficou acertado também que caberá a Franklin Martins conduzir o projeto do governo federal de criação de uma rede pública de televisão.
Em encontro no Palácio do Planalto, Lula e Franklin tiveram a conversa definitiva sobre as atribuições do jornalista, que comandará uma pasta com status de ministério. A Folha antecipou o convite do presidente ao jornalista.
"Conversei com o presidente e aceitei", disse Franklin.
O formato do ministério deverá reunir as atuais SID (Secretaria de Imprensa e Divulgação), chefiada pelo jornalista André Singer, e a Secom (Secretaria de Comunicação de Governo), que perdeu o status de ministério em julho de 2005 e passou a integrar a estrutura da Secretaria Geral da Presidência, comandada por Luiz Dulci.
Comentarista da TV Bandeirantes e colunista do Portal IG, Franklin foi sugerido a Lula pelo jornalista João Santana, marqueteiro da campanha eleitoral de Lula no ano passado.

Trajetória
Franklin fez carreira como jornalista cobrindo política. Entre outros veículos, trabalhou no jornal "O Globo" e na TV Globo -nesta foi comentarista do "Jornal Nacional", função da qual foi afastado em maio de 2006. Também foi comentarista da Globonews e da rádio CBN.
Entrou no movimento estudantil em 1967 e passou a combater a ditadura militar de 1964. Em 1969, integrou um grupo formado por militantes de duas organizações guerrilheiras -a Ação Libertadora Nacional e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro- que seqüestrou o embaixador americano Charles Elbrick para forçar a ditadura a libertar 15 presos políticos, entre os quais José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado por conta do mensalão.

Rede pública de TV
O presidente deseja criar uma rede pública nacional de TV, nos moldes da britânica BBC, em seu segundo mandato.
No governo, há expectativa de que órgãos de comunicação e partidos de oposição se manifestarão contrariamente à idéia, temendo que a criação de uma rede pública nacional de TV possa ser instrumentalizada por Lula, o PT e os próximos governos. Ou seja, tornar-se um canal "chapa branca".
Daí Lula ter mencionado em conversa com auxiliares que a rede deveria ter autonomia em sua gestão. Mais: o governo discutiria com os mais variados setores da sociedade o modelo administrativo e jurídico dessa rede pública nacional de TV.
Os defensores dessa rede argumentam que o atual modelo de TVs educativas estaduais é fragmentado. Alegam que a Radiobrás cumpre função estatal e não pública. Ou seja, noticia do ponto de vista que interessa ao governo federal.


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