MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-governador do Paraná Mário Pereira (PMDB) disse ontem que não é o responsável pelo pagamento de R$ 2,2 milhões feito pelo Banestado (Banco do Estado do Paraná) à empresa que publica o jornal ""Gazeta do Paraná", em dezembro de 1999, e que é objeto de uma ação popular movida contra o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR) -novo ministro da Agricultura- por improbidade administrativa.
O Banestado, então presidido por Stephanes, aceitou pagar à empresa esse valor que se referia a uma dívida questionada na Justiça. Pereira disse que, se o banco não firmou contrato com o jornal, não deveria ter pago a dívida. ""Eu apenas autorizei, não obriguei que o banco assinasse o contrato."
Ele contrapõe argumento usado por Stephanes para justificar o acordo com a editora da ""Gazeta do Paraná". Stephanes disse que o Banestado ia perder na Justiça devido à assinatura de Pereira num documento autorizando a despesa.
Em dezembro de 1994, Pereira autorizou proposta do diretor da ""Gazeta do Paraná", José Marcos de Andrade Formighieri, para prorrogar por 12 meses contrato de publicidade do Banestado no jornal. Pereira disse que sua assinatura indicava que "não havia obstáculo" para renovação de contrato. ""Mas não assinei contrato nenhum nem determinei pagamento. Se [a direção do banco] pagou, que se explique.", afirmou.
Quando Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB) assumiu o governo, em 1995, o Banestado não reconheceu a despesa e questionou as cobranças na Justiça -mas acabou fechando acordo em dezembro de 1999.
Então sob intervenção do Banco Central, o Banestado pagou à editora Arlequim Ltda. R$ 1,6 milhão e abateu o restante numa dívida da empresa com o banco. O diretor do jornal endossou os argumentos de Stephanes, que disse que os acordos eram acompanhados pelos auditores do BC destacados para o saneamento.


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