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Supremo reclama de bloqueio do Orçamento
Contingenciamento dificulta operação do Judiciário, diz presidente do STF
Já a Câmara terá de cortar obras e despesas, mas o aumento no salário dos deputados será preservado, afirma Arlindo Chinaglia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente interino do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, ligou na
noite de ontem para o ministro
do Planejamento, Paulo Bernardo, e disse que o bloqueio de
24,7% do Orçamento, anunciado anteontem, vai dificultar o
funcionamento do Judiciário.
Os diretores-gerais do STF e
dos tribunais superiores reuniram-se para discutir o contingenciamento. A conclusão foi
que, com o corte, somente a
manutenção básica dos serviços judiciais está assegurada.
O STF informou que um dos
programas que poderão sofrer
prejuízo é um convênio já firmado com o Ministério da Fazenda para aumentar a cobrança da dívida ativa da União, o
que interessa ao governo.
Mendes irá se reunir na próxima semana com os presidentes dos tribunais superiores
-STJ (Superior Tribunal de
Justiça), TST (Tribunal Superior do Trabalho), TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e STM
(Superior Tribunal Militar).
Já a Câmara cortará obras,
investimentos, despesas com
manutenção e até compra de
materiais, mas preservará o aumento dos deputados.
A Casa terá um contingenciamento de R$ 155 milhões, ou
30% dos R$ 504 milhões que
terá para investimento em
2007. Outros R$ 2,3 bilhões estão reservados para despesas
com salários e encargos sociais.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse
ontem que há previsão orçamentária para o que ele chama
de "reposição das perdas da inflação". Os salários devem passar dos R$ 12,8 mil atuais para
R$ 16,5 mil. "A reposição das
perdas da inflação já era para
ter acontecido no fim da legislatura passada", disse ele.
Segundo o governo, o bloqueio de 24,7% no Orçamento
deve atingir todos os órgãos do
Legislativo e do Judiciário classificados como unidades orçamentárias. O Senado teve R$
142 milhões bloqueados. A diretoria-geral da Casa disse que
projetos serão cancelados.
(SILVANA DE FREITAS, FÁBIO ZANINI, LETÍCIA SANDER E FERNANDA KRAKOVICS)
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