|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Crise conjugal
A situação de São Paulo, em que PSDB e DEM caminham para uma disputa, não é exceção, mas regra no
cenário que se desenha para as eleições municipais.
Das 26 capitais, os dois "aliados" só estarão juntos em
Curitiba (PR), Macapá (AP) e João Pessoa (PB).
Mesmo em Estados onde os dois partidos sempre tiveram relações sólidas, como Pará e Pernambuco, tucanos e democratas estão em lados opostos. Como
resposta ao desdém do PSDB, o DEM ensaia uma
aproximação com o PMDB em Estados estratégicos,
como Minas e Rio de Janeiro. "Não precisamos continuar a reboque da polarização PT-PSDB em 2010",
avalia o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA).
Tucupi. O presidente do
PSDB, Sérgio Guerra (PE), vai
a Belém nos próximos dias
para tentar solucionar o impasse com o DEM. O ex-governador Simão Jatene
(PSDB) não quer apoiar sua
ex-vice, Valéria Franco, que
está na frente nas pesquisas.
Terceira opção. Em Fortaleza (CE), o mais provável é
que o PSDB de Tasso Jereissati apóie a candidatura de
Patrícia Saboya (PDT) à prefeitura. Caso ela desista de
disputar, pensa em lançar
candidato próprio. A hipótese
de apoio a Moroni Torgan
(DEM) é a mais remota hoje.
Só love. Na contramão, os
casos da outrora impensável
aliança com o PT vão se multiplicando. Em Aracaju (SE),
tanto o governador petista
Marcelo Déda quanto os tucanos liderados por Albano
Franco devem dividir o palanque em apoio à reeleição de
Edvaldo Nogueira (PC do B).
Olhos e ouvidos. O coordenador do grupo que vai
apresentar uma proposta de
prévias presidenciais no
PSDB é o primeiro vice-presidente da sigla, Rodrigo Castro, que vem a ser o aliado número 1 de Aécio Neves (MG)
na Executiva tucana.
Jóia da Coroa. Enquanto
sonham com o "sim" de Orestes Quércia, os petistas tratam
de melhorar seu dote: vão oferecer o controle da Ceagesp, a
central de abastecimento da
capital, ao PMDB, desde que o
"técnico" Francisco Cajueiro
seja mantido na presidência.
Faltou combinar. Nas
contas do grupo ligado a Marta Suplicy (PT), o entrave está
no deputado federal João
Paulo Cunha, que controla
quase 30 cargos estratégicos
na estatal federal, distribuídos por aliados de sua base
eleitoral, a região de Osasco.
Entusiastas. A onda de
inaugurações do PAC tem
atraído para o palanque de
Lula governadores que apoiaram Geraldo Alckmin em
2006. Na última semana, os
peemedebistas André Puccinelli (MS) e Luiz Henrique
(SC) eram só elogios ao programa e ao presidente.
Slot. O calendário de viagens
para lançar obras do PAC é
tão intenso que o ministro
Márcio Fortes (Cidades) negociou com Lula que ele e os
demais ministros ligados ao
programa passarão a ter prioridade nos aviões da FAB.
Muda o disco. Aliados
que ouviram o discurso "palanqueiro" de Dilma Rousseff
(Casa Civil) no road-show do
PAC acham que a preferida de
Lula terá de abandonar o tom
técnico se quiser emplacar como candidata a presidente.
Aula prática. O próprio
Lula deu um toque em recente visita a Campo Grande
(MS): "Quanto mais milhões
vocês falam, menos a gente
sabe. Nós lidamos com reais,
100 reais, 200; quando a gente
cita 800 milhões, ninguém
guarda esse número".
Bis. A oposição quer convocar o ministro Jorge Hage,
que já falou a convite, para
voltar à CPI dos Cartões. A
idéia é que o titular da CGU
diga sob juramento se teve conhecimento prévio sobre o
dossiê com gastos do governo
FHC com contas "tipo B".
Tiroteio
"Vamos abrir tudo: gastos de Lula, de FHC,
dos vice-presidentes e familiares de cada um.
Quero ver se o PT aceita essa proposta."
Do deputado CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP), titular da CPI dos Cartões,
sobre a divulgação de gastos do governo Fernando Henrique com as
chamadas contas "tipo B", reunidos em dossiê pelo governo.
Contraponto
Tolerância zero
Madrugada adentro da tensa sessão em que foi aprovada a MP da TV Pública, governistas e opositores se digladiavam pelo microfone quando Garibaldi Alves (PMDB-RN) decidiu que ninguém mais subiria à tribuna.
-Mas eu tenho uma questão de ordem!-, insistiu por
três vezes o tucano Mário Couto (PA).
-Já disse que não darei mais a palavra a ninguém!
-Mas eu só quero dar uma palavrinha...
O presidente do Senado não resistiu:
-Pois eu é que tenho uma "palavrinha" para o senhor:
"Aaaadeeeeuuuus"-, disse, esticando cada sílaba ao máximo e levando o plenário às gargalhadas.
Próximo Texto: Lula dribla veto e libera verbas a 1.800 obras antes da eleição Índice
|