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"Novo PT" testa limites em relação ao poder de Lula
Direção se reunirá amanhã para analisar alianças
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova direção do PT, eleita
em dezembro de 2007, terá
amanhã sua primeira prova de
fogo em relação ao poder do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O principal item da pauta
do encontro do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, interessa diretamente a Lula: a
política de alianças para as eleições municipais deste ano.
O caso mais delicado envolve
o prefeito de Belo Horizonte,
Fernando Pimentel (PT), que
negocia união com o PSDB do
governador Aécio Neves.
Pimentel tem o apoio de Lula
para que a direção partidária
não ponha empecilhos à união,
mas alas à esquerda do atual comando e mesmo alguns nomes
do "centrão petista" têm restrições. Com isso, a tendência deverá ser "fechar embaixo e liberar em cima", na expressão de
um dos líderes do partido: proibir na base alianças com PSDB
e DEM, mas deixar aberta a discussão "caso a caso" para quando a direção entender por bem.
Assim, o PT tentaria evitar
uma enxurrada de alianças entre petistas e oposição nos grotões do país, principal temor da
direção nacional. Em contrapartida, decidiria que em BH o
apoio não se daria ao PSDB,
mas ao aliado PSB do pré-candidato Márcio Lacerda, secretário de Aécio e nome mais cotado para encabeçar a chapa.
O único ponto praticamente
definido é que a reunião não colocará restrições às coligações
com os partidos da coalização
de Lula em Brasília: PMDB, PR,
PC do B, PSB, PDT e PP.
No Planalto, só o ministro
Luiz Dulci (Secretaria Geral da
Presidência) atua contra a
união com Aécio. Mas a nova
direção tem apenas cerca de
40% dos 81 membros do Diretório Nacional diretamente
atrelados aos interesses de Lula. As demais correntes têm alguma autonomia em relação ao
presidente. Um veto explícito e
pontual ao caso mineiro seria
possível com a união entre todas as correntes que estão fora
da CNB (Construindo Um Novo Brasil), o antigo Campo Majoritário de Ricardo Berzoini.
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