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ADMINISTRAÇÃO
Presidente anuncia Henri Philippe Reichstul, ex-integrante do governo Sarney, para comandar a estatal
Banqueiro naturalizado preside Petrobrás
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem a escolha do economista e banqueiro
Henri Philippe Reichstul, francês
naturalizado brasileiro, para a presidência da Petrobrás. O mais disputado cargo do segundo escalão
do governo está vago há 17 dias,
desde a demissão de Joel Rennó.
A escolha foi acertada domingo,
no Palácio da Alvorada, mas a posse ainda depende de aprovação do
conselho de administração da estatal, cujos novos membros também foram anunciados ontem.
Reichstul terá como principal tarefa reformar a Petrobrás e prepará-la para uma possível privatização a longo prazo, provavelmente
no final do atual governo.
Colega de FHC na fundação do
Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), que reuniu
intelectuais na época do regime
militar (64-85), Reichstul já trabalhou no governo federal.
Foi assessor (secretário de controle das empresas estatais e secretário-geral) do ex-ministro do Planejamento João Sayad, de quem é
sócio no banco de investimentos
Inter American Express.
No governo Sarney, Reichstul
trabalhou com o atual presidente
do Banco do Brasil e ex-secretário
do Tesouro Nacional, Andrea Calabi, um de seus principais interlocutores no atual governo.
Outra ligação importante é com
o ministro da Saúde, José Serra.
Trabalharam juntos durante o governo Franco Montoro (1982-1986), em São Paulo.
Embora próximo do PMDB na
época em que trabalhou no governo, Reichstul não deve sua indicação a nenhum dos partidos da base
de sustentação política do governo. A cúpula do PMDB só ficou sabendo da notícia ontem, depois do
presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
A atuação de Reichstul será monitorada pelo novo conselho de
administração da Petrobrás, que
ganhará mais força com o estatuto
reformado da estatal, a ser aprovado na assembléia extraordinária
marcada para amanhã.
O porta-voz adjunto da Presidência, Georges Lamazière, confirmou os nomes de sete integrantes
do conselho de administração,
presidido pelo ministro Rodolpho
Tourinho (Minas e Energia).
Convidada para presidir a Petrobrás, a diretora-superintendente
da Companhia Siderúrgica Nacional, Maria Sílvia Bastos Marques,
fará parte do conselho, composto
também pelo secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, Pedro
Parente, pelo presidente do
BNDES, Pio Borges, e pelo ex-ministro do Exército Zenildo de Lucena. Participam ainda os técnicos
Jaime Rotstein e Gerald Reiss.
A assembléia servirá também para que seja aprovado o novo estatuto da empresa. Pelo estatuto
atual, a presidência da Petrobrás
só pode ser exercida por brasileiros natos, apesar de a Constituição
em vigor não o exigir. A alteração
precisa ser aprovada antes de
Reichstul assumir.
O novo estatuto da Petrobrás deverá autorizar a compra de ações
ordinárias (com direito a voto) por
estrangeiros.
É um passo importante para a
venda das ações que excedem ao
percentual mínimo que garante à
União o controle da empresa.
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