UOL

São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Lavar as mãos
O Planalto já admite nos bastidores que a contribuição de inativos seja retirada da reforma da Previdência pelo Congresso. O governo só não quer dar a impressão de que Lula descumpriu o acordo com os governadores.

Rejeição interna
Lula ouviu de seus líderes que é praticamente impossível aprovar a contribuição de inativos no Congresso. Exigiria um grande desgaste com a base. A proposta é rejeitada por 60% dos deputados do PT. PSB, PMDB, PDT, PL e PPS também são majoritariamente contrários à proposta.

Vender o peixe
O governo gastará entre R$ 6 mi e R$ 7 mi com a campanha publicitária da reforma da Previdência, que entra no ar hoje em rádio e TV. Os comerciais serão apresentados pelo ator Othon Bastos e ficarão no ar por duas semanas, podendo ser prorrogados por mais uma.

Conta publicitária
A campanha publicitária da reforma será paga com verbas do Ministério do Planejamento, pois a Previdência não tem agência contratada nem recursos para propaganda.

Presente de grego
Paulo Pimenta (PT-RS) quer entregar hoje a Lula uma camisa do Internacional autografada pelo atacante André, autor dos dois gols da vitória de seu time sobre o Corinthians do presidente, no fim de semana.

Atalho
Secretário da Justiça de SP, Alexandre de Moraes acertou com o TJ a aceleração dos processos fundiários no Pontal do Paranapanema. A pressa se explica pela tensão no campo. Sem o acordo, demorariam até dois anos para serem distribuídos.

Área de interesse
Cláudio Magrão (PPS), ligado à Força Sindical, foi escolhido por João Paulo (Câmara) para relatar o projeto que aumenta o salário mínimo para R$ 240.

Como se fosse aliado
ACM tem elogiado o comportamento de Lula e de seus líderes na investigação do escândalo dos grampos. Diz que, ao contrário de FHC, o petista não tem feito nada para cassá-lo.

Imunidade eterna
A popularidade de ACM continua alta, apesar dos grampos. Pesquisa Ibope encomendada pelo PFL mostra que 46% dos baianos votariam com certeza nele novamente. Outros 30% não descartam a possibilidade.

Função relegada
Membro do Conselho de Ética, César Borges (PFL-BA) assistiu apenas à parte final da leitura do relatório que apontou o envolvimento de ACM no caso do grampo. Preferiu ficar no plenário, discursando em homenagem a Luis Eduardo Magalhães.

Longe das câmeras
O PFL estendeu o quanto pôde a sessão em homenagem a Luis Eduardo Magalhães. Tudo para evitar que a reunião do Conselho de Ética fosse exibida na TV Senado. O regimento exige prioridade ao plenário quando há mais de uma atividade na Casa.

Caso do grampo
O Conselho de Ética do Senado e o Ministério Público Federal solicitaram à Folha cópia de CD-ROM com gravações de conversas telefônicas de políticos baianos, realizadas de forma ilegal, e não publicadas pelo jornal. A Folha só apresentará o material mediante determinação judicial.

Visita à Folha
Sergio Antonio Garcia Amoroso, presidente do Grupo Orsa, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Lia Carneiro, gerente de comunicação corporativa da entidade, e Antonio Salvador Silva, presidente da Casa da Imprensa.
 
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força, e de Jorge Luis Pires, assessor de imprensa da entidade.

TIROTEIO

De Domingos Leonelli (PSB-BA), sobre o governo Lula:
- Lula tem sido uma espécie de FHC do B. Faz tudo que o antecessor pregava ao quadrado. Juros a mais, superávit a mais...

CONTRAPONTO

Fome cinematográfica

O vice-presidente José Alencar recebeu em um jantar no Palácio do Jaburu, no início do mês, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e dirigentes do partido em Minas Gerais.
O objetivo era discutir a filiação ao partido do vice-governador de Minas, Clésio Andrade (ex-PFL), e de deputados.
O encontro começou por volta das 22h e todos os convidados discursaram. Após as falas, a comida seria servida.
Por volta da 1h, quando muitos reclamavam de fome e pensavam que os discursos tinham acabado, o deputado Carlos Mota pediu a palavra:
- Meus amigos, a questão do PL e do PFL não é simples. Em Minas, os dois são como "Dona Flor e seus Dois Maridos".
Irritado, Valdemar gritou, interrompendo o discurso:
- Então eu sou o Vadinho. Vamos comer, pessoal, que já ficou muito tarde!


Próximo Texto: Sombra do poder: Lula critica "caixa-preta" do Judiciário e defende controle
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.