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Ex-guerrilheiro virou jogador de futebol
DO ENVIADO A GROSSOS (RN)
João Carlos Campos Wisnesky era um guerrilheiro amigo de artistas e jogadores de futebol. Ele mesmo foi jogador
profissional, conhecido por Paquetá, referência à ilha em que
nasceu e morou. Como volante,
atuou no América (RJ), onde se
profissionalizou, no Flamengo
e em times pequenos de França, Holanda e Bélgica.
Ao voltar do Araguaia, no final de 1973, passou meses escondido na casa de amigos e parentes. Conseguiu se reinserir
na sociedade pelo futebol.
Quem o ajudou foram o compadre Afonsinho e o também médico Afonso Celso Garcia Reis,
que jogou em Botafogo, Flamengo, Santos e Fluminense.
Paquetá integrou também
equipes de veteranos. Excursionou com os campeões do
mundo Nilton Santos, Orlando
Peçanha, Mané Garrincha e o
ponta-esquerda Edu (ex-Santos). Até em Angola jogou, num
projeto que unia música e futebol idealizado pelos cantores
Martinho da Vila e João Nogueira nos anos 80.
Paquetá começou no juvenil
do América. Em 1963, foi campeão estadual pelo Flamengo,
mas não jogou nenhuma partida por estar com hepatite. No
ano seguinte, foi para a Europa.
Até hoje guarda fotos com o
craque argentino Di Stéfano.
No fim de 1967, voltou ao país
disposto a fazer vestibular para
medicina. Passou para a Faculdade Federal de Medicina e Cirurgia (atual Uni-Rio) e abandonou o futebol. No primeiro
ano do curso, em 1969, começou a militar no movimento estudantil, ingressou no PC do B
e caiu na clandestinidade.
Em 1971, viajou ao Araguaia e
ainda convenceu a acompanhá-lo amigos e a companheira Maria Célia Corrêa, a Rosa, até hoje desaparecida. O casal já não
estava junto quando ele fugiu.
Antes de ir à guerrilha, Wisnesky esteve preso um mês em
São Paulo. Conta ter visto no
cárcere a hoje pré-candidata à
Presidência Dilma Rousseff
(PT). "Ela foi muita torturada,
mas teve um comportamento
digno", disse Wisnesky, que
anunciou a intenção de não votar em Dilma, por considerá-la
despreparada para o cargo.
(ST)
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