|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Marido de Rita diz que pode abandonar política
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Gerson Camata
(PMDB-ES), 61, afirmou ontem
que pode abandonar a carreira
política de quase 40 anos para cuidar dos filhos Enza Rafaela, 16, e
Bruno, um ano e sete meses, permitindo que a mulher, a deputada
federal Rita Camata (PMDB-ES),
se dedique exclusivamente à campanha eleitoral e posteriormente,
se eleita, à Vice-Presidência.
Com mandatos de vereador de
Vitória, deputado estadual, deputado federal (duas vezes), governador (1983-86) e senador (duas
vezes) no currículo, Camata afirmou que está animado com a
possibilidade de se tornar o "segundo-damo" do país.
"Não considero esse um papel
secundário. O importante é a
união da família e que alguém dê
mais atenção aos filhos", disse o
senador. "Ela vai sumir pelo Brasil afora. Eu já estou com pena do
Bruninho, que é muito apegado a
ela", completou.
"Coronelismo"
Camata vai discutir com correligionários do Estado a hipótese de
não disputar a reeleição no Senado. O cuidado com os filhos não é
sua única preocupação. Ele teme a
pecha de coronel.
"O marido disputando o Senado e a mulher, a Vice-Presidência,
vai parecer coronelismo", argumentou. Ele pode abrir mão da
candidatura também para acomodar outros políticos no Estado.
Casado há 18 anos com Rita, o
senador disse não ter ciúmes da
mulher, considerada uma das
mais bonitas do Congresso. "Tenho confiança nela. É uma boa
mãe e muito trabalhadora", disse.
Orgulhoso, Camata afirmou
que a candidatura de Rita a vice-presidente ""coroa" sua luta na defesa dos direitos da criança e da
mulher e pela austeridade fiscal,
porque ela foi autora do projeto
da chamada "Lei Camata", que limitava os gastos com funcionalismo, embrião da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quanto aos rumores de que
existiria um dossiê com denúncias contra ele, o senador afirmou
que nada teme. "Podem vasculhar minha vida. Não vão encontrar nada, graças a Deus. Todos os
meus bens estão declarados."
A filha mais velha do casal, Enza, também está animada com a
possibilidade de a mãe ser vice-presidente. Segundo o pai, já tirou
o título de eleitor em Vitória para
votar na chapa encabeçada por
José Serra (PSDB-SP).
Camata não considera estranho
o fato de Rita integrar a chapa governista tendo adotado uma linha
de oposição como congressista.
"Uma coligação é uma aliança entre gente que pensa diferente sobre ideais que podem ser comuns", disse.
Ele fez questão de lembrar a
coincidência de Rita ter sido confirmada pré-candidata a vice no
dia de santa Rita de Cássia. Para
ele, é um bom sinal. A santa é padroeira das causas impossíveis.
(RAQUEL ULHÔA)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Tasso aprova escolha de vice; ACM faz ironia Índice
|