São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Pré-candidato diz que tarefa será comandada por economista do Rio, que nega ter fechado contrato

Garotinho anuncia blitz nas pesquisas

LIEGE ALBUQUERQUE
ENVIADA ESPECIAL A MINAS

O pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, afirmou ontem em Araguari (MG) que as pesquisas eleitorais estão sendo "manipuladas".
O presidenciável disse que, no início da semana, contratou o economista Isnard Martins e um grupo de estatísticos para investigar pesquisas já realizadas, "dos formulários à divulgação".
No Rio, Martins mostrou surpresa com a entrevista do governador. "Foi feito um convite por telefone, mas isso ainda tem que ser formalizado. Não existe nenhum grupo constituído. Eu preciso ouvir o que ele [Garotinho] precisa exatamente, para saber se é possível fazer. Temos que sentar e conversar", afirmou Martins.
Professor da PUC-RJ, o economista está desde 1999 no governo do Estado. Ele é coordenador de tecnologia da Secretaria Estadual de Segurança e foi convidado pela equipe da governadora Benedita da Silva (PT) a permanecer no cargo. Benedita é adversária política de Garotinho.
Para o economista, DataFolha, Ibope e Vox Populi são instituições "nobres e fortes" e suas pesquisas têm "um caráter de fidelidade muito próximo ao ideal".

Dívida dos Estados
O candidato do PSB afirmou que, se eleito, pretende renegociar as dívidas dos Estados com a União e reduzir, de 13% para 9%, o limite de comprometimento das receitas estaduais para o pagamento dos débitos com a União.
Garotinho, que além de Araguari também esteve ontem em Uberlândia e Uberaba (MG), afirmou que os oito anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso deveriam ser chamados de "década arruinada".
"O crescimento do país anual nunca passa dos 2%, igual ao da década perdida [anos 80]. Os índices econômicos são péssimos e só podem piorar no governo de seu sucessor [pretendido por FHC], que não faz sentido ter esses votos todos [nas pesquisas]", disse durante entrevista em Araguari (MG) a uma rádio local.
Foi a resposta a uma pergunta sobre seu empate em segundo lugar nas pesquisas com José Serra (PSDB) e sobre a declaração de FHC de que seu sucessor terá de ser "competente" para não deixar o Brasil "virar Argentina".


Colaborou a Sucursal do Rio



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