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Comissão do Senado aprova prorrogação de CPMF
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o apoio de todos os partidos, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou ontem por unanimidade a
emenda que prorroga até 2004 a
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira).
A partir de hoje, começa a contagem dos prazos para a votação da
emenda no plenário.
O primeiro turno está previsto
para o dia 4 de junho e o segundo
e último turno para o dia 12, como
deseja o governo. Os senadores
mantiveram o texto aprovado pela Câmara, sem modificações.
O calendário acertado entre os
líderes dos partidos prevê a realização de sessões extras para contar prazo para a votação da emenda, permitindo a conclusão da votação em 15 dias.
Com a promulgação da emenda
prevista para antes do dia 18 de junho, quando termina a atual
CPMF, o governo trabalha para
continuar cobrando a contribuição sem o cumprimento da chamada noventena, prazo de 90 dias
estabelecido pela Constituição
para a entrada em vigor de contribuições sociais.
"O Supremo [Tribunal Federal]
é habilitado para deliberar sobre a
questão. Enquanto isso, o governo vai continuar cobrando [a
contribuição"", afirmou o senador Romero Jucá (PSDB-RR), vice-líder do governo no Senado.
Ontem, para tornar mais rápida
a votação da emenda que prorroga a cobrança na CCJ, Jucá deixou
para o plenário a tentativa governista de acabar com a referência à
noventena no texto do projeto.
"Quero facilitar o andamento
do projeto. A discussão na CCJ seria repetida no plenário", argumentou Jucá. A estratégia de
transferir a votação da noventena
para o plenário favorece a vitória
do governo.
No plenário, por causa de regras
regimentais, os senadores contrários à retirada da expressão que
remete ao cumprimento da noventena é que terão de reunir 49
votos, três quintos, para manter
essa referência no texto.
Noventena
O líder do PFL no Senado, José
Agripino Maia (RN), disse que a
questão é aberta na bancada, o
que significa que cada senador
poderá votar como quiser. A posição do PFL beneficia o governo,
que poderá contar com alguns votos favoráveis de pefelistas.
Dentro da tática governista, o líder do PSDB, Geraldo Melo (RN),
retirou sua proposta de emenda
constitucional que reduz de 90
dias para 30 dias o prazo para as
contribuições sociais entrarem
em vigor com votação marcada
para ontem na CCJ.
A emenda era inócua para o governo porque levaria mais tempo
tramitando no Congresso do que
o cumprimento do prazo de 90
dias para a entrada em vigor da
emenda da CPMF. Além disso,
poderia tumultuar a votação do
imposto do cheque.
O senador Bernardo Cabral
(PFL-AM), relator da emenda na
CCJ, marcou a posição do partido
na sessão da CCJ dando parecer
favorável a duas emendas e fazendo um discurso de contestação
aos números do governo.
As emendas foram rejeitadas. A
comissão também derrubou a
tentativa do PT de retirar as operações nas Bolsas de Valores da
lista de isenções da CPMF.
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