São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete
@ - painel@uol.com.br

Pediu sim, ministro

No mesmo encontro em que negou a Márcio Thomaz Bastos ter entregue à revista "Veja" uma lista de supostas contas no exterior de autoridades do governo Lula, Daniel Dantas reafirmou que o Opportunity foi abordado por Delúbio Soares com um pedido de algumas dezenas de milhões de reais, que serviriam para socorrer o PT. Em troca, o então tesoureiro do partido se dispunha a socorrer Dantas em suas dificuldades com o governo. Na conversa da semana passada, mais de uma vez o ministro da Justiça trouxe à tona o nome de Luiz Gushiken, inimigo número um de Dantas no petismo. O banqueiro procurou minimizar seu litígio com o ex-titular da Secom.

Sarau. Na reunião com Dantas, Thomaz Bastos fez circular de mão em mão, para que todos lessem, a carta em que o banqueiro nega participação na divulgação das contas. Estavam presentes o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), anfitrião, e os deputados Sigmaringa Seixas (PT-DF) e José Eduardo Cardozo (PT-SP).

Delivery. Os participantes da reunião na casa de Heráclito Fortes, terça-feira passada, mataram a fome com comida árabe que o senador pefelista mandou buscar.

Mais amnésia. Ninguém na oposição nutre esperança em relação ao depoimento que Delúbio Soares fará hoje à CPI dos Bingos. Os senadores estão preparados para um show de esquecimento como o protagonizado por Silvio Pereira duas semanas atrás.

Tô podendo. Comentário do governador Cláudio Lembo para o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), durante encontro de representantes do partido ontem em São Paulo: "Fala a verdade, o César Maia ficou light perto de mim, não?".

Sem medo. Integrantes da CPI do Tráfico de Armas têm encontro hoje com Aldo Rebelo (PC do B-SP) para tentar convencê-lo a ouvir Marcola no Congresso. O presidente da Câmara tem dito a parlamentares que acha arriscado levar o chefão do PCC às dependências da Casa.

Influências. Assim como o deputado Rodrigo Maia, a Vale do Rio Doce estranhou muito a coincidência de conceito entre sua campanha publicitária e a da Petrobras. A empresa argumenta que seus comerciais, assinados pela agência África, seguem a mesma linha desde 2003.

Melhor prevenir. Veio do Planalto o pedido para que o PT mudasse a data da convenção que confirmará Lula candidato de 23 de junho, sexta, para o dia seguinte. Argumentou-se que, com a festa no sábado, ninguém do governo poderá ser acusado de matar o trabalho para ir ao evento.

Inimigo meu. Em reunião do PT no sábado, o candidato do partido ao governo paulista, Aloizio Mercadante, usou em seu discurso expressões como "choque de qualidade" e "amassar barro". São as preferidas do presidenciável tucano, Geraldo Alckmin.

Eleição. O Datafolha registrou uma nova pesquisa, a ser divulgada amanhã no "Jornal Nacional" e na edição de quinta-feira da Folha. É a primeira de uma parceria entre o jornal e a Rede Globo.

Desembarque. Não é só Tasso Jereissati que ficará fora da campanha do correligionário Lúcio Alcântara à reeleição. O presidente do PSDB escalou o vice-governador Maia Júnior para coordenar a campanha presidencial de Geraldo Alckmin no Ceará.

Convidada. O presidente do PSDB-SP, Sidnei Beraldo, afirma que Wilma Motta concorrerá a vaga de deputada estadual "a pedido do partido". "Prefiro correr o risco do que me abster", diz a viúva do ministro Sérgio Motta.

Tiroteio

Depois da reunião secreta com essa figura obscura que é Dantas, o ministro tem obrigação de dar transparência às investigações, ou vai corroborar a versão de que foi selado um acordo.


Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o encontro de Márcio Thomaz Bastos com o dono do Opportunity.

Contraponto

Não confunda

O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) conversava ontem com dirigentes da OAB, aos quais relatou alguns de seus compromissos nos próximos dias:
-Vou procurar o senador Roberto Jefferson para uma conversa sobre a situação política do país.
Os representantes da entidade se entreolharam, surpresos, mas Tarso logo corrigiu a informação:
-Roberto, não, Jefferson Péres.
Para desanuviar o ambiente, o ministro emendou:
-Vai ver é porque eu já fui chamado várias vezes de Tarso Dutra [senador gaúcho morto em 1983].


Próximo Texto: Reunião de Dantas e Bastos foi institucional, diz Tarso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.