São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2006

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ESCÂNDALO DO MENSALÃO / GUERRA DAS TELES

Ex-tesoureiro deverá depor hoje; acusações feitas por Daniel Dantas serão o principal foco de perguntas dos parlamentares

Ministro do Supremo fez ressalvas e disse esperar que ex-petista não seja objeto de arbitrariedades durante o depoimento à comissão

STF nega liminar, e Delúbio terá de ir à CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio de Mello negou liminar ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, mantendo-o obrigado a comparecer hoje à CPI dos Bingos para prestar depoimento. Um dos principais assuntos da sessão deverá ser o suposto pedido de dinheiro de Delúbio ao banqueiro Daniel Dantas.
Relator do habeas corpus movido pelo advogado de Delúbio, Marco Aurélio também rejeitou os pedidos alternativos do ex-tesoureiro: dispensa do termo de compromisso de só falar a verdade, orientação dos advogados durante o depoimento e proibição de perguntas sobre temas que extrapolem o alvo da CPI -bingos.
O ministro disse esperar que os parlamentares não cometam arbitrariedades ao tomar o depoimento de Delúbio. "Os cidadãos, em geral, devem colaborar com as autoridades constituídas na elucidação de fatos."
O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que Delúbio será questionado sobre o suposto achaque que o PT teria feito ao banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. "É importante que esse fatos sejam esclarecidos", disse.
O tucano reconhece, contudo, que a CPI, até agora, não demonstra muita disposição em investigar a denúncia de Dantas. Em entrevista à "Veja", o banqueiro afirmou que Carlos Rodenburg, ex-sócio do banqueiro, foi procurado por Delúbio para que o Opportunity doasse "entre R$ 40 e R$ 50 milhões" ao PT.

Bingos
Apesar da expectativa sobre Dantas, arrecadações de recursos em prefeituras petistas e com empresários de bingos também deverão ser assuntos abordados no depoimento.
Os parlamentares dizem que o objetivo é esclarecer por que Delúbio mantinha contatos com Vladimir Poletto, ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) que passou a atuar como lobista em Brasília durante o governo Lula. (SILVANA DE FREITAS E ADRIANO CEOLIN)


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