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Vice sai em defesa de Alckmin e diz que Lula foi "fracasso na segurança"
DA REPORTAGEM LOCAL
Escolhido pelo PFL para ser
candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin à Presidência, o senador José Jorge
(PE) atacou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu
provável adversário nas eleições de outubro. Disse que o
petista foi um "fracasso total na
área da segurança pública".
Questionado se a crise de segurança em São Paulo não poderia prejudicar a campanha de
Alckmin, já que ele esteve no
Palácio dos Bandeirantes como
vice de Mario Covas e governador titular por mais de 11 anos,
o senador pefelista respondeu
que não. E jogou a responsabilidade para o governo federal.
"Segurança também é responsabilidade da União. O crime organizado caminha pelo
país inteiro. Por exemplo, em
Pernambuco [seu Estado natal], às vezes os grandes assaltos são praticados por bandidos
que vêm de outros Estados. É
uma questão nacional que o governo Lula, infelizmente, não
enfrentou", afirmou o senador
na tarde de ontem, após visita
de solidariedade ao governador
paulista, o também pefelista
Cláudio Lembo.
Repasses federais
José Jorge criticou também
os repasses federais para os Estados. "No Orçamento o governo promete uma quantia irrisória. E pior, não cumpre. Eles
também falam dos presídios federais, que já deveriam estar
prontos. Mas nenhum foi inaugurado até agora", disse.
A Folha perguntou ao senador se a crise na segurança em
São Paulo não vai prejudicar
Alckmin eleitoralmente. José
Jorge acha que não. "A população vai fazer um entendimento
correto", disse.
A reportagem insistiu e perguntou qual a opinião dele sobre a gestão da segurança pública no Estado. "Não dá para
acompanhar tão de perto. Mas
há indicadores de que melhorou bastante. A situação está
fora de controle não só em São
Paulo mas também no Rio e em
outros Estados", disse Jorge.
A assessoria de imprensa do
Ministério da Justiça afirmou
ontem que não vai comentar as
declarações dadas pelo senador
José Jorge.
FHC
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso foi ao ataque ontem contra o governo
Lula. FHC disse que o governo
trata a crise da segurança pública como questão de escolaridade. "Infelizmente, o presidente
Lula disse que isso é uma questão de escolaridade. Não é. Se
fosse assim, no passado, quando a escolaridade era mais baixa, teríamos mais crimes."
Criticado por Lula por causa
do apagão de 2001, FHC revidou ao comentar a escolha de
Jorge (ministro de Minas e
Energia de FHC, que ficou conhecido como "ministro do
apagão") para ser vice de Alckmin. "O povo não pensa assim.
Tem de pensar no futuro. Aí
sim, eu estou preocupado. Não
está havendo investimento em
energia elétrica."
(FABIO SCHIVARTCHE)
Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte
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