São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

"Se ninguém quer, eu vou", afirmou o senador gaúcho, sobre eventual candidatura pelo partido à Presidência da República

Em Minas, ex-presidente formaliza sua intenção de concorrer ao Senado; para Hélio Costa, nova chapa é sonho de uma noite de verão

Itamar desiste e Simon se oferece ao PMDB

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

No mesmo dia em que o ex-presidente Itamar Franco (PMDB-MG) anunciou, em Belo Horizonte, que desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República, a 1.712 km dali, em Porto Alegre, seu colega de partido, o senador gaúcho Pedro Simon, anunciou: "Se ninguém quer, eu vou".
Mas Simon já adiantou que acha muito difícil o PMDB manter candidatura própria e apontou os caciques do partido -referindo-se aos senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL)- como responsáveis pela falta de candidato.
"O comando do partido não deixa", disse Simon, referindo-se à possibilidade de candidatura própria. Ele lamentou a "realidade" de que "a decisão está nas mãos dos caciques".
Para o senador, o partido deve se apresentar como uma alternativa aos dois partidos que governaram o país nos últimos 12 anos: o PT e o PSDB. "O PT e o PSDB vão passar a campanha falando mal um do outro, mas sem apresentar propostas."
Ao defender a candidatura, Simon fez uma referência aos incidentes violentos promovidos por facção criminosa nos últimos dias em São Paulo.
"Temos uma máfia organizada como nos Estados Unidos e na Itália, pela continuidade da ação e quantidade de gente envolvida. O PMDB precisa ter um candidato para colocar em prática a Operação Mãos Limpas", afirmou ele.
Simon disse que vai tentar convencer o partido a não adiar a convenção de 11 para 29 de junho, véspera da data-limite para a definição das candidaturas.
A estratégia dos governistas é levar a convenção para o prazo final, quando as coligações estaduais já estariam fechadas, enterrando de vez a proposta de candidatura própria a presidente. Simon pretende se encontrar com Sarney e Renan.

Itamar
Em Minas, Itamar formalizou sua desistência após encontrar-se com parte das bancadas estadual e federal do PMDB mineiro. Depois, se inscreveu para disputar a indicação da sigla em Minas para concorrer ao Senado. Não quis comentar a articulação para que Simon seja o pré-candidato ao Planalto, mas sinalizou que, se ocorrer, apoiará a candidatura.
"Se o PMDB tiver uma candidatura nacional, estarei firmado nessa candidatura", afirmou ele, que disse não querer falar sobre a pré-candidatura Simon pelo fato de o senador não ter conversado com ele. Disse ter recebido informações de que Simon aguardava a desistência dele para, então, procurá-lo.
Presente ao anúncio, o ministro Hélio Costa é contra a pré-candidatura de Simon. "Não comungo com a idéia e acho que é meio shakesperiana, porque é sonho de uma noite de verão, ou de inverno", disse ele, que apóia a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.


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