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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Para todos?
Quem acompanhou os passos da Gautama até abocanhar obras do programa Luz para Todos, cartão de
visita da campanha reeleitoral, atesta: Ivo Almeida
Costa, braço direito de Silas Rondeau preso na Operação Navalha, teve papel fundamental no processo.
A Gautama apresentou preço muito inferior ao dos
demais interessados na concorrência no Piauí, onde a
fraude foi detectada. "Por aquele valor ela jamais conseguiria fazer as obras. Todo mundo sempre soube
disso. Mas receberia os recursos", explica um conhecedor dos subterrâneos do setor elétrico. O Estado
precursor do programa seria um laboratório para a
quadrilha expandir sua presença no programa-xodó
de Lula e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Celeiro. José Ribamar Lobato Santana, diretor do Luz
para Todos, é do Maranhão,
assim como Silas Rondeau.
Ele preside o conselho de administração da Cepisa, empresa energética do Piauí envolvida nos desvios de recursos detectados pela PF no
programa do governo Lula.
Voraz. Um baiano que
acompanha de longe a trajetória de Zuleido Veras descreve o dono da Gautama como
um predador: "Ele vai pegando obra e não entrega. E também não entrega a propina.
Todas as gravações da PF são
de gente reclamando que o
pagamento está atrasado".
Coluna do meio. Para o
mesmo observador, Zuleido
teria errado ao querer ficar
bem tanto com o ex-governador maranhense José Reinaldo Tavares (PSB) quanto com
o clã Sarney quando do rompimento das partes. Ao enxergar a brecha para atingir o inimigo, o grupo acabou detonando também o empreiteiro.
Eu não. José Sarney
(PMDB-AP) afirma que nunca ouviu falar de Sergio Sá, lobista preso que se diz próximo
do senador. Segundo ele, trata-se de mais um caso de gente que alega conhecê-lo para
extrair vantagem de terceiros.
Capitania. Até os peemedebistas da Câmara admitem:
a despeito do desgaste de seus
colegas senadores com a Operação Navalha, é dali que sairá
a indicação do substituto de
Silas Rondeau. Nada de prepostos de Dilma Rousseff. Se
o Planalto inventar alguma
graça, cai a casa da coalizão.
Em todas. E a Operação
Navalha pode ter uma interface com as CPIs do Apagão Aéreo: a Gautama integra um
consórcio com a construtora
Better para erguer o novo aeroporto de Macapá (AP).
Vitória. A despeito da greve
iniciada ontem, os ânimos estão relativamente sob controle na PF, que domina o noticiário desde o estouro da Operação Navalha. A corporação
já sabe que terá os 30% pretendidos. E o governo já admite recuar da disposição de só
conceder o reajuste em 2008.
Boleiro. Júlio Delgado
(PSB-MG) e outros quatro deputados se revezavam ontem
colhendo assinaturas para a
CPI da Navalha. No fim do
dia, o mineiro tinha quase 50
adesões, enquanto os colegas
ostentavam folhas quase em
branco. "Viram como é importante jogar futebol com o
pessoal?", gabava-se Delgado.
Gestor. José Borba (PMDB-PR) renunciou ao mandato no
mensalão, mas falava como
deputado ontem ao telefone,
enquanto almoçava na lanchonete da Câmara: "Se estiver dentro do PAC, com certeza sai. Deixa que eu gerencio
esses recursos para você".
Quer?. A "casa amarela
véia", local de encontro entre
Zuleido Veras e o chefe do escritório do governo alagoano
em Brasília, Enéas de Alencastro Neto, está à venda em
Maceió por R$ 180 mil. O imóvel de 250 m2 foi por 15 anos
escritório político do governador Teo Vilela (PSDB).
Primeira ação. A posse de
Mangabeira Unger na Secretaria Especial de Ações de
Longo Prazo foi finalmente
marcada: será em 13 de junho.
Tiroteio
"Essa Gautama tinha mais entregador
de propina do que mestre de obras."
Do deputado federal SILVIO COSTA (PMN-PE), sobre o fato de
a empresa de Zuleido Veras, investigada pela Operação Navalha,
não ter concluído obras para as quais era contratada.
Contraponto
Veja bem
Uma comissão de sete governadores se reuniu ontem
com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com líderes partidários para discutir mudanças na
regulamentação do Fundeb. Um participante notou a ausência do líder da bancada do PMDB, Valdir Raupp (RO).
-É que ele ficou preso-, justificou a líder do governo
no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA).
Em tempos de Operação Navalha, houve um princípio
de agitação, o que levou a senadora a completar:
-Calma, minha gente! Ele ficou preso no interior do
Estado, sem conseguir vôo para vir para cá!
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