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Tucano admite encontros com Zuleido, mas nega negócio
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) disse ontem que se encontrou "várias
vezes" com o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama,
e que, num dos encontros, o
empreiteiro pediu que sugerisse ao governo federal a inclusão
no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da construção da alça viária de Maceió.
Teotônio negou, porém, que
tenha cedido às reivindicações
do empresário ou autorizado
auxiliares a liberar verba para a
empreiteira, como sugere o inquérito da PF. "Não autorizei
ninguém a tratar com quem
quer que seja a respeito de dinheiro", disse o governador.
No inquérito da PF, foram
registrados pelo menos três encontros entre Teotônio e Zuleido. Um deles ocorreu em 26 de
abril, às 12h30, no gabinete do
senador João Tenório (PSDB),
em Brasília. Tenório, que assumiu a vaga de Teotônio no Senado, é cunhado deste.
Segundo a PF, ao tratar sobre
uma obra de "alças" rodoviárias, Teotônio reclamou que
Zuleido só trabalhava com "dinheiro grande". O empresário
disse que não gosta de trabalhar com "governador fraco".
Ontem, o governador confirmou que teve esse diálogo e que
"tratava de uma sugestão que
ele [Zuleido] fazia para que eu
propusesse ao governo federal
e colocasse a alça viária no
PAC", declarou. "Foi quando eu
fiz o comentário que isso era
uma obra muito cara."
Ontem, em entrevista, o governador disse que a sugestão
do dono da Gautama era "interessante, porque o anel viário
precisa ser feito".
Gravações telefônicas envolvendo os funcionários do governo Enéas de Alencastro
(chefe da representação de Alagoas em Brasília) e Denisson
Tenório (subsecretário da Infra-Estrutura), presos na Operação Navalha, indicam que
Teotônio teria ordenado que
uma obra de "alças" rodoviárias
fosse entregue à Gautama, segundo interpretação da PF.
O governador disse que não
cogita deixar o governo. "Quem
não deve não teme. (...) Tenho
certeza de que vou chegar ao
fim [do meu mandato]. As turbulências acontecem porque
estamos ajustando muita coisa
e isso incomoda." Ele disse ainda que existe a possibilidade de
rescindir os contratos se a auditoria encomendada por ele
constatar irregularidades.
O anel viário é uma obra que
ainda não tem orçamento ou
projeto nem foi licitada.
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