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QUESTÃO AMBIENTAL
Mato Grosso recebe só 0,26% das multas aplicadas em 2008
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Colocado na berlinda após
o aumento nos índices de
desmatamento no final de
2007, Mato Grosso avançou
no ano seguinte nas ações de
licenciamento e na fiscalização dos crimes ambientais,
mas não conseguiu punir
adequadamente os responsáveis pelas infrações.
Levantamento da ONG
mato-grossense ICV (Instituto Centro de Vida) mostra
que o Estado aplicou R$ 1,3
bilhão em multas em 2008,
ante R$ 523 milhões em
2007. No ano passado, contudo, só recebeu R$ 3,4 milhões -ou R$ 1 a cada R$ 384
em multas aplicadas.
O relatório da ONG, resultado de um ano de levantamento de dados da Sema (Secretaria de Estado de Meio
Ambiente), reconhece avanços na gestão florestal do Estado. "[A Sema] aumentou
seu esforço de fiscalização
florestal, especialmente em
termos de desmatamento e
queimadas ilegais."
Somente a fiscalização por
derrubadas ilegais resultou
em 504 autos de infração e
mais de R$ 221 milhões em
multas -aumento de 227%
em relação a 2007. No caso
das queimadas, elas somaram R$ 963 milhões -um
crescimento de 823% em relação ao ano anterior.
Para o ambientalista Laurent Micol, um dos coordenadores do estudo, a dificuldade não se resume à arrecadação das multas. "O sistema
de fiscalização ainda não
consegue fechar o ciclo, não
pune o infrator com a multa
nem é capaz de verificar se
ele recuperou as áreas."
Os números do levantamento não foram contestados pelo secretário-adjunto
da Sema, Salatiel Araújo,
que, no entanto, diz que a situação não é "exclusividade"
do Estado. Para ele, boa parte
da culpa é da legislação "muito permissiva". "Há muitas
chances de recursos, especialmente se o infrator é primário. Isso faz com que os
valores arrecadados sejam
incompatíveis com o esforço
da fiscalização em campo."
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