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Bolsa Família propõe prêmio a estudantes
Filhos de beneficiários do programa social que concluírem os ensinos fundamental e médio ganharão R$ 400 e R$ 800
Proposta tenta reverter o baixo índice de aprovação escolar entre as crianças das famílias que recebem o benefício governamental
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre as propostas do "PAC
Social" que o Ministério do Desenvolvimento Social encaminhará nos próximos dias ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva está o pagamento de uma
espécie de prêmio de R$ 400
aos filhos de beneficiários do
Bolsa Família que completarem o ensino fundamental. Aos
que concluírem o ensino médio
o prêmio será de R$ 800.
O objetivo do governo é reverter o baixo índice de aprovação escolar nas famílias beneficiárias do Bolsa Família. Pesquisas do próprio ministério
revelam que, em geral, esses estudantes têm um índice de
aprovação abaixo daqueles que
não recebem o benefício, mas
também são de famílias pobres.
Até 2010, de acordo com cálculos do governo, a média anual
será de 1,2 milhão de estudantes premiados. O prêmio elevaria em cerca de R$ 600 milhões/ano os gastos com a área
social -em 2007, por exemplo,
o governo prevê R$ 8,6 bilhões
ao Bolsa Família.
Para Erasto Fortes, professor
da Faculdade de Educação da
UnB (Universidade de Brasília), a idéia do prêmio é importante, desde que o governo
mantenha uma política de estruturação das escolas.
"Estimulante é uma escola
de boa qualidade, um professor
bem formado, uma biblioteca
de boa qualidade e um espaço
onde a criança não tenha outra
alternativa, a não ser a de permanecer [na escola]", disse.
Reajuste e idade
O projeto também prevê reajuste de 18% no valor do Bolsa
Família. O teto por família passaria dos atuais R$ 95 para R$
112. Além disso, o limite de idade subirá para 17 anos. Hoje, o
programa paga às famílias R$
15 por cada filho de até 15 anos
(num limite de três filhos).
Dados do governo indicam
que 2,3 milhões de adolescentes entre 15 e 17 anos pertencem a famílias beneficiadas.
Essas medidas devem entrar
em vigor a partir de agosto. Nos
próximos dias, Lula receberá
uma versão final da proposta,
cujo objetivo principal será articular ações já existentes mas
coordenadas por diferentes secretarias e ministérios.
O marqueteiro João Santana,
que fez a campanha de Lula em
2006, e o ministro Franklin
Martins (Comunicação Social)
foram encarregados de criar
um nome oficia. Informalmente o plano é conhecido como
"PAC Social".
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