São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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CAMPANHA

Apesar da substituição, Palmieri deverá manter antigas funções

Ciro troca coordenador citado em caixa dois do PR

DA REPORTAGEM LOCAL

Citado como receptor de R$ 560 mil nos documentos do caixa dois da campanha à reeleição do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), em 2000, Emerson Palmieri, primeiro-secretário nacional do PTB, foi afastado do cargo de coordenador de estrutura da campanha presidencial de Ciro Gomes (PPS).
Palmieri era um dos três encarregados da organização da infra-estrutura da campanha, juntamente com Lúcio Gomes, irmão de Ciro, e Manoel Dias, secretário-geral do PDT.
Foi substituído na função pelo deputado federal Walfrido Mares Guia (PTB), deslocado da Coordenação Política.
Embora a troca de cargos tenha sido revelada apenas depois de a Folha ter divulgado a presença de Palmieri na lista dos receptores de recursos do caixa dois, integrantes do PPS afirmaram que a substituição ocorreu há aproximadamente 15 dias, quando o problema envolvendo o então coordenador teria sido detectado pela campanha de Ciro.
A informação sobre o afastamento também não foi transmitida à reportagem quando tanto o presidenciável quanto Palmieri foram ouvidos a respeito da presença do coordenador na lista paralela da campanha de Taniguchi.
Informado ontem à noite sobre a troca, o ex-coordenador disse não poder se manifestar por estar em reunião. ""Não sei nada disso. Pergunta para o Ciro", limitou-se a declarar o petebista, demonstrando irritação.
Segundo coordenadores da equipe do presidenciável ouvidos pela Folha, Palmieri deverá ser o responsável pelas mesmas tarefas que realizava como coordenador, mas sem a visibilidade do cargo.
A alteração teria sido feita, de acordo com interlocutores de Ciro, seguindo ""orientação" do próprio candidato.
Palmieri nega que tenha movimentado dinheiro na campanha de Taniguchi em 2000 e diz desconhecer a existência de registros paralelos da contabilidade de eleição do pefelista.
Segundo ele, sua atuação na campanha à Prefeitura de Curitiba, quando era presidente do PTB do Paraná, limitou-se ""à movimentação de cabos eleitorais, em busca de votos".
Quando a denúncia foi divulgada, Ciro também afirmou desconhecer a acusação. Declarou que teve contatos esporádicos com o petebista e que se lembrava de já ter visto o presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez, dando instruções a ele.
""Na minha estrutura só fica gente sem culpa formada. Eu não vou prestar atenção a acusação sem prova ou ataques. Mas quem tiver culpa formada não participa", afirmou Ciro na ocasião.
Um dos principais motes da campanha do PPS tem sido o fato de Ciro supostamente "não ter o rabo preso com ninguém", como ele mesmo insiste em repetir.


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