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CAMPANHA
Apesar da substituição, Palmieri deverá manter antigas funções
Ciro troca coordenador citado em caixa dois do PR
DA REPORTAGEM LOCAL
Citado como receptor de R$ 560
mil nos documentos do caixa dois
da campanha à reeleição do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), em 2000, Emerson Palmieri, primeiro-secretário nacional do PTB, foi afastado do cargo
de coordenador de estrutura da
campanha presidencial de Ciro
Gomes (PPS).
Palmieri era um dos três encarregados da organização da infra-estrutura da campanha, juntamente com Lúcio Gomes, irmão
de Ciro, e Manoel Dias, secretário-geral do PDT.
Foi substituído na função pelo
deputado federal Walfrido Mares
Guia (PTB), deslocado da Coordenação Política.
Embora a troca de cargos tenha
sido revelada apenas depois de a
Folha ter divulgado a presença de
Palmieri na lista dos receptores de
recursos do caixa dois, integrantes do PPS afirmaram que a substituição ocorreu há aproximadamente 15 dias, quando o problema envolvendo o então coordenador teria sido detectado pela
campanha de Ciro.
A informação sobre o afastamento também não foi transmitida à reportagem quando tanto o
presidenciável quanto Palmieri
foram ouvidos a respeito da presença do coordenador na lista paralela da campanha de Taniguchi.
Informado ontem à noite sobre
a troca, o ex-coordenador disse
não poder se manifestar por estar
em reunião. ""Não sei nada disso.
Pergunta para o Ciro", limitou-se
a declarar o petebista, demonstrando irritação.
Segundo coordenadores da
equipe do presidenciável ouvidos
pela Folha, Palmieri deverá ser o
responsável pelas mesmas tarefas
que realizava como coordenador,
mas sem a visibilidade do cargo.
A alteração teria sido feita, de
acordo com interlocutores de Ciro, seguindo ""orientação" do próprio candidato.
Palmieri nega que tenha movimentado dinheiro na campanha
de Taniguchi em 2000 e diz desconhecer a existência de registros
paralelos da contabilidade de eleição do pefelista.
Segundo ele, sua atuação na
campanha à Prefeitura de Curitiba, quando era presidente do PTB
do Paraná, limitou-se ""à movimentação de cabos eleitorais, em
busca de votos".
Quando a denúncia foi divulgada, Ciro também afirmou desconhecer a acusação. Declarou que
teve contatos esporádicos com o
petebista e que se lembrava de já
ter visto o presidente nacional do
PTB, deputado federal José Carlos
Martinez, dando instruções a ele.
""Na minha estrutura só fica
gente sem culpa formada. Eu não
vou prestar atenção a acusação
sem prova ou ataques. Mas quem
tiver culpa formada não participa", afirmou Ciro na ocasião.
Um dos principais motes da
campanha do PPS tem sido o fato
de Ciro supostamente "não ter o
rabo preso com ninguém", como
ele mesmo insiste em repetir.
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