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Desafeto de Tasso
deve coordenar a
campanha de Serra
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Uma reunião amanhã em Brasília, que terá na pauta a definição
do coordenador da campanha de
José Serra (PSDB) no Ceará, poderá ser o estopim para o rompimento definitivo do ex-governador Tasso Jereissati com o presidenciável de seu partido.
O motivo é a ida ao encontro de
um dos principais desafetos de
Tasso no Ceará, o senador Sergio
Machado (PMDB), principal cotado para ser o coordenador da
campanha de Serra no Estado, o
que faria do PSDB local um mero
coadjuvante.
Na semana passada, quando
houve uma reunião de socorro à
candidatura de Serra, o único cearense presente era Machado, ex-tucano que hoje é candidato ao
governo do Estado pelo PMDB. O
presidente do PMDB local, deputado federal Eunício Oliveira,
confirmou a presença do senador
na reunião de amanhã.
O próprio Tasso, que é candidato ao Senado, e o governador do
Ceará, Beni Veras (PSDB), afirmam que nem sequer teriam sido
convidados para a reunião e que
não estão integrados com os rumos da campanha.
O rompimento de Tasso com
Serra já pode ser notado implicitamente no discurso do ex-governador. Em entrevistas, ele tem demonstrado desinteresse em relação à campanha nacional e deixa
claro que não irá se engajar, "por
ter uma campanha muito dura no
Estado", afirma. Pesquisas locais
de intenção de voto o colocam,
porém, com folga na disputa.
Tasso não indicou um nome do
partido, até agora, para organizar
a campanha de Serra, que ainda
não existe no Ceará. Na sexta-feira, ele afirmou que quem deve ser
indagado sobre a ausência da
campanha presidencial no Estado
é Sergio Machado.
Preterido para ser o candidato
tucano à Presidência, Tasso teria
ficado ainda mais irritado com a
cúpula do partido, segundo interlocutores próximos, com a escolha de Machado para presidir a
Comissão do Orçamento no Senado no ano passado.
Esse descontentamento já foi
explicitado por Tasso em discursos, como fez na convenção do
PSDB do Ceará, em que questionou a competência de Machado
para, ao mesmo tempo, comandar o Orçamento da União e uma
campanha ao governo do Estado.
O ex-governador nem mesmo
tem citado o nome de Serra nos
comícios que tem feito pelo interior do Estado ao lado do candidato ao governo pelo PSDB, senador Lúcio Alcântara. O candidato
a vice-governador, Francisco
Maia Júnior, porém, e outras lideranças que apóiam a candidatura
tucana, como o ex-governador
Adauto Bezerra (PFL), chegam a
pedir votos para Ciro Gomes
(PPS) no palanque.
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