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BAHIA
Prejuízo ultrapassa R$ 102 milhões em valores de 98
Irmão de ACM é acusado de gestão irregular em agência de fomento
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Diretor administrativo e financeiro do Desenbahia (Agência de
Fomento do Estado da Bahia) e irmão do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), Ângelo Mário Peixoto de Magalhães foi denunciado à Justiça Federal por
gestão temerária pela procuradora Lúcia Ferraz. Foi apontado prejuízo de R$ 102 milhões, em valores de 1998 não corrigidos.
A denúncia da procuradora, negada por todos os acusados, foi
acatada pelo juiz Márcio Mafra,
da 2ª Vara Federal da Bahia, que
marcou para o dia 12 o primeiro
interrogatório dos acusados.
A gestão temerária consiste basicamente no empréstimo e financiamento para empresas que
não têm condições de saldar os
débitos. A lei prevê até oito anos
de prisão, além de multa.
Além de Ângelo Magalhães,
atualmente o mais influente diretor da entidade, outros ex-diretores também foram denunciados
pelo Ministério Público Federal
-Ângelo Mário de Carvalho Silva, Eduardo José Batista do Nascimento, José Eduardo Leite Parente, Manoel Pires e Raimundo José
de Almeida Moreira.
Segundo a procuradora Lúcia
Ferraz, "ficou evidenciada a conduta abusiva e irresponsável dos
denunciados no desembolso de
recursos do banco, através da
constatação da prática de uma série de negócios temerários".
Na ação, a procuradora alega
que foi causado um prejuízo de
R$ 102.780.000,00 (valores atualizados até 30 de junho de 1998).
Entre as empresas que teriam
sido beneficiadas pelos empréstimos e financiamentos temerários
estão algumas que sempre tiveram bom relacionamento com a
família Magalhães, como a Bahia
Sul Hotéis e Turismo, as construtoras Encol e Suarez, a Cajuba
(empresa que pertencia ao extinto
Banco Econômico), entre outras.
Na ação, a procuradora Ferraz
alega que os recursos repassados
às empresas foram revertidos em
danos patrimoniais nos balanços
apresentados pelo Desenbanco.
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