DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Cerca de 600 militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloquearam ontem por cerca de sete horas a BR-101, principal rodovia que liga Pernambuco à região Sul do país. A ação ocorreu no município de Escada (60 km ao sul de Recife).
Os sem-terra invadiram a pista às 7h e montaram dois bloqueios. Divididos em grupos, jogaram pneus e pedaços de pau nas barricadas e atearam fogo. "Só vamos sair daqui se as nossas reivindicações forem atendidas", disse o líder do protesto, Reginaldo Silva.
Os manifestantes reivindicavam agilidade no processo de reforma agrária. Segundo Silva, há três anos o MST cobra do governo, sem sucesso, a desapropriação de sete engenhos na região.
O bloqueio causou congestionamento de 5 km nos dois sentidos da rodovia, amenizado pelo desvio do fluxo para a PE-60 e BR-232. As polícias Rodoviária Federal e Militar foram acionadas.
A manifestação acabou às 14h, com a chegada de um representante do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e do prefeito de Escada, José Alves (PSB), exigência feita pelos sem-terra. Os manifestantes deixaram a pista com a promessa de que três das sete áreas reivindicadas seriam vistoriadas.

Vistoria
O Incra considerou improdutivos os cinco engenhos invadidos por sem-terra em Tracunhaém (64 km de Recife), na Zona da Mata. Entre as áreas está o engenho Prado, palco de uma das mais violentas ações do MST neste ano.
O gerente-geral da usina Santa Teresa, que controla o engenho, José Mário Santos, disse que vai recorrer e pedir vistoria judicial.
(FÁBIO GUIBU)


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