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GOVERNO
2004 está ganho na economia, diz Lula em SC
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NAVEGANTES
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem em Navegantes
-cidade do litoral de Santa Catarina, a 90 km de Florianópolis-
que o Brasil "não pode mais se dar
ao luxo de ficar tendo bolha de
crescimento". A afirmação foi feita no discurso de lançamento das
obras de ampliação do aeroporto
de Navegantes, que atende ao Vale do Itajaí e às praias da região.
Com a referência à bolha de
crescimento, o presidente manteve o tom do discurso de anteontem, em Brasília, na instalação da
Câmara de Política de Desenvolvimento Econômico, mas ontem
tratou de afastar a idéia de que
possa estar temendo que os indicadores de crescimento atuais
não passem de uma onda passageira. "Trabalho com a certeza de
que o ano de 2004 está ganho do
ponto de vista econômico", disse.
Lula afirmou ainda ter "certeza de
que o Brasil entrou em um caminho de desenvolvimento que não
terá retorno".
Segundo o presidente, todos de
seu governo estão convencidos de
que, diante da necessidade de
crescimento, geração de emprego
e distribuição de renda, "o país
não pode mais se dar ao luxo de
ficar tendo bolha de crescimento,
crescendo um ano e decrescendo
no seguinte".
Ele disse acreditar que o país entrou em "uma rota de crescimento sustentável" e que espera desses sinais "um ciclo que possa
perdurar por dez, 15 ou 20 anos,
que é para ver se recuperamos o
tempo perdido".
Segundo Lula, apesar de a população ter dobrado nos últimos
34 anos, não cresce há 20 anos. "O
resultado que colhemos foi o empobrecimento da nação brasileira", afirmou. Ele disse que sua
disposição é fazer um governo
"que pense o Brasil pelos próximos 20 ou 30 anos e não apenas
por um mandato".
O presidente permaneceu em
Navegantes por cerca de uma hora e 15 minutos e não saiu do aeroporto. Soube por intermediários
de uma manifestação de cerca de
30 representantes de pescadores
do Estado contra norma do Ibama proibindo a pesca de 41 espécies de peixes comuns na região.
Lula determinou ao secretário
especial da Pesca, José Fritsch,
que o acompanhava, que anunciasse aos pescadores a suspensão
da proibição durante 90 dias. O
governo vai reestudar o assunto
ao longo desse período.
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