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Bastos diz que
investiga caso
desde março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, considerou ontem como "grave" a suposta espionagem de membros do governo federal pela empresa Kroll Associates. Como a investigação sobre o caso está sob sigilo judicial, o
ministro comentou o episódio falando "em tese".
"Em tese é um fato grave, um fato que está previsto na lei como
crime. Se houve interceptação telefônica, ou informática, ou telemática, isso é crime, nos termos
da lei. E está sendo objeto de apuração não só a existência do crime, mas também a autoria do crime. Está sendo investigado e só
podemos falar sobre isso quando
o inquérito estiver terminado."
De acordo com o ministro, a Polícia Federal recebeu a informação de que a Kroll levantava informações empresariais em março.
Somente no dia 16 deste mês foi
confirmado o monitoramento de
membros do governo.
"A Polícia Federal, no começo
do ano, no curso de uma investigação que ela vinha fazendo,
identificou indícios de atividades
ilegais de investigação não autorizada judicialmente", disse Bastos.
A Folha apurou que a PF mantém em sigilo a identidade do informante que entregou um relatório no dia 16 de julho contendo
dados sobre o ministro Luiz Gushiken (Comunicação e Gestão Estratégica). O informante vem fornecendo detalhes e documentos
sobre o trabalho da Kroll que servem como ponto de partida para
as investigações.
"Esse é um inquérito que, por
definição, tem que ser feito com
muito cuidado, muita delicadeza.
Ele envolve investigação de investigação", afirmou o ministro.
Segundo o ministro Thomaz
Bastos, o governo vem acompanhando a investigação para que
não sejam cometidas "injustiças".
A PF já colheu depoimentos e realizou buscas.
"Está tudo sob investigação, que
está sendo feita sob sigilo de Justiça, e vai continuar sendo feita até
terminar. Já foram ouvidas pessoas, já foram determinadas e
cumpridas diversas diligências. O
governo sabe desses fatos e está
apurando para não cometer injustiças, desde março."
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