São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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Bastos diz que investiga caso desde março

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, considerou ontem como "grave" a suposta espionagem de membros do governo federal pela empresa Kroll Associates. Como a investigação sobre o caso está sob sigilo judicial, o ministro comentou o episódio falando "em tese".
"Em tese é um fato grave, um fato que está previsto na lei como crime. Se houve interceptação telefônica, ou informática, ou telemática, isso é crime, nos termos da lei. E está sendo objeto de apuração não só a existência do crime, mas também a autoria do crime. Está sendo investigado e só podemos falar sobre isso quando o inquérito estiver terminado."
De acordo com o ministro, a Polícia Federal recebeu a informação de que a Kroll levantava informações empresariais em março. Somente no dia 16 deste mês foi confirmado o monitoramento de membros do governo.
"A Polícia Federal, no começo do ano, no curso de uma investigação que ela vinha fazendo, identificou indícios de atividades ilegais de investigação não autorizada judicialmente", disse Bastos.
A Folha apurou que a PF mantém em sigilo a identidade do informante que entregou um relatório no dia 16 de julho contendo dados sobre o ministro Luiz Gushiken (Comunicação e Gestão Estratégica). O informante vem fornecendo detalhes e documentos sobre o trabalho da Kroll que servem como ponto de partida para as investigações.
"Esse é um inquérito que, por definição, tem que ser feito com muito cuidado, muita delicadeza. Ele envolve investigação de investigação", afirmou o ministro.
Segundo o ministro Thomaz Bastos, o governo vem acompanhando a investigação para que não sejam cometidas "injustiças". A PF já colheu depoimentos e realizou buscas.
"Está tudo sob investigação, que está sendo feita sob sigilo de Justiça, e vai continuar sendo feita até terminar. Já foram ouvidas pessoas, já foram determinadas e cumpridas diversas diligências. O governo sabe desses fatos e está apurando para não cometer injustiças, desde março."


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