São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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ALTA ESPIONAGEM

Telecom Itália se disse prejudicada; Brasil Telecom afirma que contratou empresa de investigação para proteger acionistas

Empresa investigada estuda ir à Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

A Telecom Itália, alvo de investigação da Kroll Associates, estuda medidas judiciais cabíveis frente às acusações levantadas contra ela no relatório da empresa de investigação, uma das maiores do mundo.
"Recebemos uma cópia do documento e o encaminhamos à Polícia Federal na sexta-feira. Confiamos nas investigações da PF e vamos estudar medidas legais cabíveis", disse Eduardo Octaviano, diretor de comunicação corporativa da Telecom Itália.
A Folha revelou ontem que a investigação foi contratada em nome da Brasil Telecom por meio da presidente da empresa, a executiva Carla Cico. A Brasil Telecom é controlada pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Ao menos formalmente, o objetivo do contrato era investigar as operações no Brasil da Telecom Itália, companhia com a qual o Opportunity disputa judicial e administrativamente o controle da Brasil Telecom.
No entanto, a investigação extrapolou o mundo empresarial e atingiu o governo petista e administrações municipais do PT.
A Brasil Telecom informou, por meio de sua assessoria, ter contratado a "Kroll, empresa internacional que presta consultoria investigativa, com o objetivo de ajudar a esclarecer o superfaturamento decorrente da aquisição da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), apurar as perdas causados pela Telecom Itália".
A Brasil Telecom diz ainda que o objetivo da contratação da Kroll foi o de dar "suporte às ações judiciais em curso e por vir. O objetivo é proteger seus acionistas minoritários e recuperar danos causados pela Telecom Itália". Esses danos, segundo a Brasil Telecom, chegariam a US$ 1 bilhão.
Já a Telecom Itália diz que o caso da CRT já foi apreciado na Justiça e arquivado pela Procuradoria da República. Segundo o procurador José Alfredo de Paula Silva, que determinou o arquivamento da representação, "o inquérito administrativo aberto carece de mínimo fundamento, trata-se de disputa entre sócios a ser resolvida pela Justiça Comum em ações que se desenvolvem há mais de dois anos". A CRT foi vendida pela Telefônica à Brasil Telecom em 2000, em meio a denúncias de superfaturamento que teria prejudicado os acionistas minoritários da Brasil Telecom.
Em nota divulgada ontem, a Kroll disse "desconhecer a procedência do material que deu origem à citada reportagem da Folha. Segundo a empresa, "é de se supor que que várias peças reproduzidas pelo jornal foram adulteradas."


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