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ALTA ESPIONAGEM
Telecom Itália se disse prejudicada; Brasil Telecom afirma que contratou empresa de investigação para proteger acionistas
Empresa investigada estuda ir à Justiça
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telecom Itália, alvo de investigação da Kroll Associates, estuda medidas judiciais cabíveis
frente às acusações levantadas
contra ela no relatório da empresa
de investigação, uma das maiores
do mundo.
"Recebemos uma cópia do documento e o encaminhamos à Polícia Federal na sexta-feira. Confiamos nas investigações da PF e
vamos estudar medidas legais cabíveis", disse Eduardo Octaviano,
diretor de comunicação corporativa da Telecom Itália.
A Folha revelou ontem que a investigação foi contratada em nome da Brasil Telecom por meio da
presidente da empresa, a executiva Carla Cico. A Brasil Telecom é
controlada pelo banqueiro Daniel
Dantas, do Opportunity.
Ao menos formalmente, o objetivo do contrato era investigar as
operações no Brasil da Telecom
Itália, companhia com a qual o
Opportunity disputa judicial e administrativamente o controle da
Brasil Telecom.
No entanto, a investigação extrapolou o mundo empresarial e
atingiu o governo petista e administrações municipais do PT.
A Brasil Telecom informou, por
meio de sua assessoria, ter contratado a "Kroll, empresa internacional que presta consultoria investigativa, com o objetivo de ajudar a
esclarecer o superfaturamento
decorrente da aquisição da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), apurar as perdas causados pela Telecom Itália".
A Brasil Telecom diz ainda que
o objetivo da contratação da Kroll
foi o de dar "suporte às ações judiciais em curso e por vir. O objetivo é proteger seus acionistas minoritários e recuperar danos causados pela Telecom Itália". Esses
danos, segundo a Brasil Telecom,
chegariam a US$ 1 bilhão.
Já a Telecom Itália diz que o caso da CRT já foi apreciado na Justiça e arquivado pela Procuradoria da República. Segundo o procurador José Alfredo de Paula Silva, que determinou o arquivamento da representação, "o inquérito administrativo aberto carece de mínimo fundamento, trata-se de disputa entre sócios a ser
resolvida pela Justiça Comum em
ações que se desenvolvem há mais
de dois anos". A CRT foi vendida
pela Telefônica à Brasil Telecom
em 2000, em meio a denúncias de
superfaturamento que teria prejudicado os acionistas minoritários da Brasil Telecom.
Em nota divulgada ontem, a
Kroll disse "desconhecer a procedência do material que deu origem à citada reportagem da Folha. Segundo a empresa, "é de se
supor que que várias peças reproduzidas pelo jornal foram adulteradas."
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