CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das principais provas de que a Kroll investigou autoridades do governo -os e-mails trocados entre o secretário de Comunicação do Planalto, Luiz Gushiken, e o empresário Luiz Roberto Demarco e incluídos no relatório da empresa de investigação- pode ser objeto de furto.
Em maio de 2001, Demarco registrou no 14º distrito policial de São Paulo o roubo de documentos e do HD (o depósito de dados) do computador de seu escritório. Os e-mails são de 4 de setembro de 2000 e 8 de fevereiro de 2001.
Como o casal vivia um ruidoso processo de separação, a polícia fez uma operação de busca e apreensão na casa da ex-mulher de Demarco, Maria Regina Yazbek. Segundo laudo do Instituto de Criminalística de 29 de maio de 2001, foram encontrados nos arquivos de Regina e-mails de Demarco. Mas os de Gushiken não estavam lá.
Na época, a Kroll era contratada de Regina. A empresa, no entanto, alega só trabalhar com e-mails obtidos em documentos oficiais.
Procurados pela Folha, os advogados de Demarco disseram "desconhecer a existência desses e-mails em processos". Como Gushiken atesta sua veracidade, a origem dos e-mails segue nebulosa.
Em 2001, a revista "Carta Capital" escreveu, com base em gravações, que a Kroll teria obtido esses e-mails ilegalmente. A informação nunca foi confirmada.
Idealizador da loja virtual do PT, Demarco é um dos principais desafetos do ex-sócio Daniel Dantas, dono do Opportunity, e hoje no comando da Brasil Telecom. Há cinco anos, travam uma batalha judicial. Em 2001, ele denunciou o desaparecimento de 4.000 e-mails de seu computador. Como o inquérito foi arquivado, o autor do crime nunca foi oficialmente encontrado.


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