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Empresa dava pacote pronto para a fraude
DA REDAÇÃO
O escândalo do mensalão já estava esmorecendo
quando o Congresso voltou a ser notícia policial
em maio, envolvido em
novas e profundas irregularidades, desta vez claramente praticadas com o
dinheiro público. Um mês
depois de a CPI dos Correios chegar ao final, assessores e ex-assessores
de congressistas foram
presos junto com políticos
e empresários. Acusados
de patrocinar compras superfaturadas de ambulâncias por prefeituras, eles
integram a máfia dos sanguessugas, que, em vez de
tragar sangue, consumiu
de maneira fraudulenta ao
menos R$ 110 milhões do
governo desde de 2001.
O esquema era liderado,
segundo a Polícia Federal,
pelos empresários Luiz
Antonio e Darci Vedoin,
donos da Planam, que
monta ambulâncias e
UTIs móveis. A empresa
oferecia a prefeituras um
pacote pronto para a compra dos veículos. Garantia
a elas que seriam feitas
emendas parlamentares
para destinar verbas para
os municípios. Restaria à
prefeitura apresentar ao
Ministério da Saúde um
projeto para adquirir as
ambulâncias.
Na Saúde, Maria da Penha Lino, ex-funcionária
da Planam, facilitava a
aprovação dos projetos.
Uma vez aprovados, os
municípios envolvidos faziam licitações viciadas,
vencidas pela Planam. O
dinheiro que sobrava ia
para o bolso da máfia.
Dois meses e meio após
a primeira prisão feita pela
PF -foram 48 no total-,
cerca de cem parlamentares são suspeitos de terem
sido beneficiados. A pedido da Procuradoria-Geral,
o STF autorizou investigação contra 57 deles.
Na semana que passou,
os nomes dos 56 deputados e de um senador foram
divulgados pela CPI. Da
lista, 82% dos nomes pertencem a seis siglas que integram a base aliada do governo ou que detêm cargos
no primeiro escalão do
presidente Lula -PTB,
PP, PL, PMDB, PSB e PRB.
Surpresa ou não, 63%
dos nomes são filiados
àqueles mesmos partidos
envolvidos no escândalo
do mensalão, PTB, PP e
PL. Há, inclusive, dois nomes coincidentes: Wanderval do Santos (PL-SP) e
Pedro Henry (PP-MT).
Absolvidos no caso do "valerioduto", são suspeitos
de fazer parte do esquema
de fraude na Saúde.
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