São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / CANDIDATOS EM QUESTÃO

Petista diz que lista é "arbitrária e leviana" e tem "motivação política"

Em nota, Maluf critica "politização de juízes" e rechaça acusações contidas nos processos contra ele

Candidatos que disputam eleição em outras capitais também rebatem acusações que motivaram as ações na Justiça citadas pela AMB


EM SÃO PAULO
DA FOLHA ONLINE
DA AGÊNCIA FOLHA

Os candidatos Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP) afirmaram ver motivação política na divulgação da lista e atacaram a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).
"Acho um absurdo o nível de irresponsabilidade, porque isso prejudica uma candidatura idônea, que não tem nenhuma condenação em nenhuma última instância", disse Marta.
Em nota, a coligação que a apóia (PT, PC do B, PSB, PDT, PRB e PTN) classificou como "arbitrária, tendenciosa e leviana" a atitude da AMB.
"Surpreende que uma associação, cujos integrantes têm a responsabilidade de administrar a Justiça, cometa um gesto que caracteriza prejulgamento ou rito simbólico de execução sumária", diz o texto.
A coligação lembra que o registro de candidatura de Marta foi aprovado pela Justiça (no dia 14) sem que houvesse contestação e afirma que a ação a que Marta responde foi movida por oposicionistas. "A lista, que transgride os preceitos mínimos da ética e do direito, faz referência a uma ação movida por oposicionistas contra a então prefeita, ainda sem julgamento em qualquer instância, e na qual Marta Suplicy já obteve uma liminar favorável do Tribunal de Justiça de São Paulo."
A coligação afirma ainda que estuda medidas judiciais e pede "reflexão" sobre "as motivações políticas" da AMB.
Também por meio de nota, Maluf afirmou que as acusações contidas nos processos "não têm base legal, jurídica ou administrativa". "O Estado de Direito seria melhor conduzido sem politização dos juízes. Juízes não devem se meter em política. Juiz só fala nos autos."
Os outros dois principais concorrentes à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), não quiseram comentar a lista da AMB. Kassab negou responder a processos.
O ex-governador Amazonino Mendes (PTB), candidato à Prefeitura de Manaus, disse em nota que, dos quatro processos citados, dois foram arquivados no âmbito federal e em um ele foi absolvido na esfera estadual.
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), disse, via assessoria, que o processo é "questão pequena" e que a ação se refere a uma área pública invadida na qual o Ministério Público considerou que houve omissão da prefeitura.
Maria Suely Silva Campos (PP), que concorre a vice em Boa Vista (RR) na chapa do prefeito Iradilson Sampaio (PSB), disse que o seu processo "tramita para o arquivamento". "É que a Justiça é muito lenta."
Segundo o advogado do candidato a vice de Fortaleza Sérgio Braga (PPS), Wilson Vicentino, o candidato, que é livreiro, foi levado a erro ao entregar como garantia para um litígio tributário pedras preciosas que havia recebido como pagamento e que traziam um laudo do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) atestando sua autenticidade. As pedras seriam falsas. Ele concorre na chapa de Luiz Gastão (PPS).
O ex-delegado de Polícia Civil Pitágoras Lincoln de Matos (DEM), candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte na chapa de Gustavo Valadares (DEM), responde a acusação de abuso de autoridade. "É caso corriqueiro na nossa profissão, em que tentam reverter a posição de réu para vítima."
A candidata a vice-prefeita de Belém na chapa encabeçada por Mário Cardoso (PT), Leila Márcia Silva Santos (PC do B), afirmou que o processo que sofre é referente à invasão da reitoria da UFPA (Universidade Federal do Pará) em 1996, quando ela militava no movimento estudantil. "Tenho a consciência tranqüila em relação a esse negócio de lista suja. Minha trajetória é marcada pela defesa da ética na política."
A candidata do PT à Prefeitura de Macapá, Dalva Figueiredo, disse que a acusação contra ela se refere a representação feita pela Assembléia em 2002, acusando-a, por razões de "disputa política", de executar Orçamento à frente do governo diferente do aprovado. Segundo Dalva, "o processo está aguardando parecer do STF".
Marinor Brito, candidata à Prefeitura de Belém pelo PSOL e processada por invadir a Secretaria Estadual da Fazenda em uma greve de 1996, não pôde falar pois estava internada.
O prefeito de Palmas (TO), Raul Filho (PT), disse, em nota, que o processo citado se refere a uma dívida tributária pessoal que está sendo parcelada.
O candidato a prefeito de Porto Velho (RO) Hamilton Casara (PSDB) disse que "aguarda posicionamento da Justiça para se manifestar". Os demais ou não responderam ou não foram encontrados.


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